A vida nos oferece diariamente oportunidades inúmeras de trabalho no bem.
Jesus nos convida a colocar o amor em ação e confia que nos tornemos os instrumentos do Pai Criador aqui na Terra.
Devemos ter consciência de que não é necessário estarmos vinculados a essa ou aquela instituição para oferecer a nossa colaboração em favor do próximo.
Para exercermos o trabalho no bem, não precisamos de grandes feitos. Pequenas atitudes em benefício do outro, desde que carregadas de doação sincera de nós mesmos e de humildade, são de grande valor aos olhos de Deus.
Tomemos como exemplo um homem de caráter inquestionável que, durante a sua vida abraçou diversas oportunidades para fazer o bem.
Ildefonso Pereira Correia, nascido no ano de 1845, em Paranaguá, no Paraná, foi comerciante, empreendedor e político. Um homem de ampla visão.
Contribuiu muito para o desenvolvimento econômico e cultural do Paraná.
No ano de 1888, recebeu de Dom Pedro II, o título de Barão do Serro Azul pelos serviços prestados à província do Paraná e à família imperial.
Na vida pessoal, foi pai amoroso, marido dedicado e patrão atencioso.
Preocupava-se com o bem-estar das pessoas e agia sem medir esforços.
Diante do desemprego que pairava na época, quando famílias passavam frio e outras necessidades, ele abriu uma empresa madeireira na região onde elas moravam, com o objetivo de gerar empregos.
Levava às pessoas a prosperidade com justiça e dignidade.
Durante a revolução federalista, o Barão do Serro Azul, ao perceber a capital paranaense abandonada pelas autoridades, realizou um acordo com os revolucionários, com o objetivo de proteger a população de violências e saques.
Organizou uma comissão e arrecadou verbas, entre os comerciantes e pessoas de posse, garantindo a segurança da cidade, ao entregar aos rebeldes tais valores.
Porém, seus atos foram mal interpretados. Foi considerado colaborador das forças revolucionárias, contrárias ao governo instituído. Foi considerado traidor da República.
Na madrugada do dia 20 de maio de 1894, no quilômetro sessenta e cinco da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, foi executado, sumariamente, sem qualquer processo legal ou acusação formal.
Durante mais de quarenta anos, ele foi considerado traidor e seu nome proibido de ser pronunciado.
Qualquer referência a respeito da sua execução sumária era evitada.
No entanto, sua vida foi pesquisada, anos mais tarde e resgatada a justa memória dos seus atos, do seu sacrifício e lealdade.
Em 15 de dezembro de 2008 foi inscrito o nome de Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, no livro dos heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.
A justiça se fez, então.
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Inspiremo-nos no seu exemplo de integridade de caráter, generosidade e simplicidade e sigamos em frente, colocando o amor em favor do próximo, agindo de acordo com os valores pessoais, independente das circunstâncias.
Tenhamos a sensibilidade para perceber os convites que a vida nos oferece a cada dia.
Produzamos no bem, onde estejamos.
Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Ildefonso Pereira Correia.
Em 19.05.2012.