Você sabe o que é felicidade? Ou você será daquelas pessoas que afirmam nunca terem sido felizes?
Será mesmo que a felicidade só alcança algumas pessoas ou será que você não descobriu o que é felicidade? Será que você pensa que felicidade deve ser total, irrestrita, ampla?
A felicidade existe. Ocorre que, comumente, não nos damos conta de fatos felizes. Não atentamos para coisas pequenas, mas importantes, que deveriam ser motivo de felicidade.
Recordamos de duas meninas cambojanas. Uma delas era uma criança miúda, vestindo farrapos. Estava tão coberta de fuligem que, num primeiro contato, não se conseguia ver se era menino ou menina.
Chamava-se Rithy e tinha doze anos. Nunca fora à escola. Vivia a revirar o lixão da capital cambojana, à procura de algo que pudesse render alguns trocados.
A outra tinha nove anos, chamava-se Nich. Ambas cheiravam muito mal.
Um homem se aproximou e disse que gostaria de conhecer a mãe delas. Combinou um encontro para o dia seguinte num café, à beira do rio, em um bairro turístico.
Deu-lhes dinheiro e, no dia seguinte, sentado à uma mesa, viu se aproximarem duas crianças.
Estavam tão limpas, tão transformadas que ele não as reconheceu.
Conversou com as mães e se propôs a lhes pagar uma mensalidade, caso mandassem as meninas para a escola, retirando-as do lixão, com o que concordaram.
A alegria iluminou o rosto das garotas. E mais ainda quando ele lhes comprou sorvete. Elas jamais haviam provado sorvete em sua vida.
O coração do homem também sorriu. Ele descobrira quão pouco bastava para provocar felicidade na vida de duas crianças.
Sim, para quem sabe apreciar cada momento da vida, cada gesto, cada dádiva, é fácil sorrir. Mesmo que toda sua vida tenha sido de dores e dificuldades.
E é o que as meninas faziam, ali, deliciando-se com o sorvete. Sorriam, felizes.
Como passou a sorrir Eang, de nove anos, encontrada imunda e coberta de feridas. Sua felicidade é ter saúde e frequentar a escola, onde alimenta um sonho: ser professora de inglês.
Também sorri aquele rapaz de dezessete anos, órfão desde os três e que morou no lixão quase toda sua vida. Depois de aprender inglês, trabalha como chef em elegante café.
Sempre feliz, sonha alto: abrir seu próprio restaurante.
E que se dizer da garota Leng, de seis anos, que jamais ganhara um presente ou bolo de aniversário!?
Ao redor de um enorme bolo, com seu nome escrito em cima, centenas de catadores de lixo cantaram Parabéns pra você.
Ela chorou, muitos choraram. Emoção geral.
Quando retornou para seu barraco, depois que todos tinham voltado para suas moradias, seu coração extravasou pelos lábios, cantarolando: Parabéns para mim. Parabéns para Leng. Parabéns para mim.
* * *
Se você acha que não é feliz, pense nessas crianças para as quais tudo que recebem é felicidade.
E descubra quantos motivos você tem para ser feliz: sua saúde, sua casa, seu lar, seus amores, a escola, o trabalho. A felicidade de ouvir este texto.
A alegria de ler, de concatenar ideias, a possibilidade de se emocionar...
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Grande Scott,
de Robert Kiener, de Seleções Reader´s Digest, de junho de 2010.
Em 30.04.2012.