Sabemos que é na família que está a base da construção do caráter e também a educação dos sentimentos da criança e do jovem.
O lar é, por excelência, uma grande e abençoada escola, uma instituição humana educativa na qual aprendemos a amar pais, filhos e irmãos para, um dia, ampliarmos esse amor a toda a Humanidade.
A família é oportunidade, concedida por Deus, de reajustes do passado e de consolidação do afeto.
O processo de educação é relativo pois, ao mesmo tempo em que pais e mães estão educando seus filhos, estão também crescendo individualmente.
A ingenuidade infantil facilita a tarefa de modelagem do caráter e o direcionamento adequado das más tendências.
É então na adolescência que costumam surgir as grandes dificuldades. É nessa fase que o jovem está buscando construir a sua própria identidade, estabelecendo-se facilmente um conflito entre as gerações.
As diferentes visões de mundo podem ser uma das causas desse conflito. Salutar entender que a diversidade de opiniões é necessária para o avanço e procurarmos não fazer dessas diferenças motivo de discórdia.
Elas passam a se tornar motivo de choque quando as partes envolvidas, pais e jovens, sobretudo os mais velhos, tentam impor a sua visão de mundo.
Para que não ocorra essa imposição, por nenhuma das partes, deve haver muito diálogo, nos relacionamentos, objetivando a construção de uma nova visão e o aprendizado de que o ponto de vista do outro deve ser respeitado.
Outra questão que leva a essas divergências é a diferença de valores e interesses entre as gerações.
É certo que há valores que são perenes e devem fazer parte da construção do caráter de pessoas de bem. Honestidade, respeito, aprendizado de uma ocupação útil, ética e esforço pessoal são aquisições inquestionáveis.
Porém, se nos mantivermos cristalizados em nossas próprias experiências, tendemos a transferi-las para nossos filhos, não abrindo espaço para que eles desenvolvam seus próprios interesses.
O tipo de educação recebida pelos pais pode colaborar nesse processo. Opressão demais e processos de intolerância geralmente não causam resultados positivos. A flexibilidade é necessária em certos momentos.
Deve-se cuidar também com a permissividade em excesso. Na busca de uma nova definição para si mesmo, o jovem passa a apresentar características que antes desconhecíamos, muitas das quais preferíamos que eles não as tivessem, mas temos que aprender a respeitá-las.
É fundamental diferenciar o que é específico da personalidade do indivíduo, como os gostos e preferências, e o que precisa ser moldado e orientado.
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Para que no lugar de um conflito entre as gerações, possamos estabelecer um encontro entre elas, é importante o cultivo de profundo respeito entre pais e filhos.
É indispensável também que o diálogo esteja sempre presente e que as concessões ocorram quando necessário.
Mas sobretudo, o que deve prevalecer é o amor, traduzido na expressão de cuidado e afeto.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no
seminário Encontro de gerações, desenvolvido por
Sandra Borba Pereira, em Curitiba, PR,
em data de 18.9.2011.
Em 27.2.2020.
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