Era uma vez um lindo aquário, enorme, onde havia muitos peixes de vários tipos e tamanhos.
Na parte de cima do aquário ficavam os peixes grandes. Esses estavam sempre satisfeitos pois quando a comida era jogada na água, eram os primeiros a comer.
Logo abaixo deles, estavam os peixes de porte médio. Esses ainda conseguiam se alimentar bem, de certa forma, porque havia sobras dos maiores. Contudo, não havia tanta comida para que pudessem ficar grandes.
Por fim, na parte de baixo estavam os pequenos peixes. Para esses, a comida era quase insuficiente. Mal dava para deixá-los vivos.
Foi justamente entre esses últimos, que nasceu um peixinho. Tão logo se deu conta da situação, passou a manifestar seu inconformismo. E, porque desejasse uma solução, começou a nadar pelo aquário.
Por fim, descobriu um pequeno buraco. Com a esperança de mudar aquele quadro onde nascera, o peixinho passou pelo buraco.
Encontrou, então, um fio d´água que o levou a um ralo, caiu em um encanamento e foi parar em um rio.
Curioso e atento, verificou que ali havia muito espaço para nadar, que podia ir para onde quisesse e que a comida era abundante.
Altruísta, logo pensou em como os que viviam no aquário poderiam ali ser felizes. Havia espaço e comida suficientes para todos viverem bem.
Por isso, voltou depressa para contar a grande novidade.
Foi um grande alvoroço e a indagação se fez:
Como chegar a esse lugar maravilhoso, de tanta abundância?
Estrategicamente, o peixinho estabeleceu regras: os peixes da parte de cima deveriam vir para a parte de baixo. Precisavam perder peso para poder passar pelo buraco pequeno.
Os peixes da parte intermediária deveriam se alimentar menos pois também precisavam perder um pouco de peso.
Quanto aos peixes de baixo deveriam subir para se alimentarem um tanto mais a fim de terem forças suficientes para a longa viagem.
Nesse momento, começou a grande discussão. Uns se revoltaram contra o peixinho, outros questionaram a validade de tudo aquilo.
Estabeleceu-se o caos. Discussão. Discórdia.
Finalmente, depois de muita briga, os peixes se uniram e deliberaram matar o causador de todo aquele transtorno.
* * *
O apólogo nos remete a pensar a respeito da resistência que, de um modo geral, se tem para com as mudanças.
Não é raro se ouvir de que sempre se viveu assim. Por que se deve mudar?
Com isso, conselhos, opiniões, ideias são mortas, simplesmente porque não se deseja sair da zona de conforto para tentar algo diferente.
Algo que pode ser muito bom ou proveitoso ou que poderá trazer muita felicidade.
Resistência a mudanças impede as criaturas de conhecer coisas maravilhosas, de serem mais felizes, de descobrirem uma vida mais rica.
Pensemos nisso e se nos descobrirmos resistentes, cubramo-nos de humildade, modificando-nos.
Redação do Momento Espírita, com base em história de
autoria desconhecida.
Em 25.02.2012.