O viver humano sempre envolve alguns percalços.
De quando em quando, o homem é confrontado com problemas e desafios.
São dificuldades financeiras, problemas profissionais, doenças e desentendimentos os mais diversos.
Por vezes, alguns sonhos longamente acalentados não se realizam.
Relacionamentos amorosos fracassam ou não se concretizam.
Ou a profissão idealizada se revela mais difícil do que parecia.
Todas essas dificuldades e frustrações podem se assemelhar a nuvens que pairam sobre os destinos humanos.
O homem, quase sempre, tem a mente absorvida na contemplação dessas nuvens que surgem no horizonte.
Com frequência, em face de tais eventos, ele se desespera e envenena as fontes da própria vida.
Desejaria, invariavelmente, um céu azul a distância, um sol brilhante no dia e luminosas estrelas que lhe embelezassem a noite.
No entanto, aparece a nuvem e a perplexidade o toma, de súbito.
Não raro, nessas oportunidades, chega a duvidar da bondade Divina.
Ocorre que o Evangelho conta a formosa história de uma nuvem.
Trata-se da célebre passagem na qual Jesus se transfigurou na presença de Pedro, Tiago e João.
Segundo a narrativa evangélica, enquanto orava, o Cristo assumiu aparência radiosa e resplandecente.
Apareceram-lhe ao lado as figuras de Moisés e Elias, com quem conversou.
Os Apóstolos ficaram deslumbrados com tamanho espetáculo de luz e grandeza espiritual.
Eis, porém, que uma grande sombra comparece.
Eles não mais conseguem distinguir o maravilhoso quadro, em razão da nuvem que os cobriu.
Todavia, do manto de névoa espessa, clama a voz poderosa da revelação divina: "Este é o meu amado filho. A ele ouvi."
Manifestava-se a palavra do céu, na sombra temporária.
* * *
Essa linda passagem merece detida reflexão.
A existência terrestre, efetivamente, impõe angústias inquietantes e aflições amargosas.
Contudo, é conveniente que as criaturas guardem serenidade e confiança, nos momentos difíceis.
As penas e os dissabores da luta planetária contêm esclarecimentos profundos.
Elas trazem lições ocultas e apelos grandiosos.
A voz sábia e amorosa de Deus sempre fala por meio delas.
As dores do mundo revelam o que cada um ainda precisa trabalhar em si.
Funcionam como convites a prestar atenção no que realmente importa.
Todas as conquistas materiais passam.
Todas as glórias terrenas se extinguem.
Mas a resignação, a paciência, a compaixão e a fé desenvolvidas no sereno enfrentamento de adversidades constituem tesouros eternos.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 32, do
livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 31.8.2022.
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