Nossa casa mental é sempre povoada pelas memórias que guardamos.
Assim, aquilo que a mente acolhe, conforme olhamos a vida, ali permanecerá.
O que permitimos que nos invada a casa mental pela audição, permanecerá um bom tempo ressoando em nossa intimidade, produzindo seus efeitos e os reflexos naturais do teor de sua mensagem.
Das nossas ações, daquilo que é produto e esforço de nossas mãos, sentiremos as consequências, que trarão seus significados e inevitavelmente nos farão perceber o peso de suas implicações.
Do nosso falar, daquilo que permitimos saia de nossa boca, seremos escravos para sempre, pesando sobre nós as consequências das palavras ditas.
Assim, nossas ações sempre gerarão as consequências naturais condizentes com o teor de que elas se revestem.
Se, muitas vezes, podemos selecionar o que queremos ouvir ou ver, e se somos donos de nosso agir e falar, as consequências boas ou funestas dessas realizações são apenas os reflexos da qualidade que elas trazem em si mesmas.
Assim, as lembranças que guardamos em nosso mundo íntimo serão sempre as escolhas e as opções que fazemos em nosso cotidiano.
O agir de agora, a fala precipitada do momento, logo mais se transformarão nas lembranças que nos acompanharão os passos na vida.
Assim, vale a pena o esforço de repensarmos um tanto mais quais são as lembranças que estamos escolhendo para nos acompanhar.
É verdade que poderemos ter a alma leve, tendo as lembranças como brisa suave a nos acariciar os momentos de reflexão.
Porém, será por opção nossa que essas lembranças poderão ser o tormento e o peso que carregamos na alma, buscando fugas alucinantes, para não as encontrarmos.
Não foi por outro motivo que Jesus, oportunamente, nos aconselhou, de maneira enérgica, a arrancar nosso olho se fosse motivo de escândalo, ou cortar a mão se fosse a origem de nosso mal.
Percebeu Jesus que melhor seria ter as dificuldades da deficiência física e trazer a alma tranquila do que preferir o corpo perfeito, porém capaz de nos corromper a alma.
Sabia Jesus que, enquanto as dificuldades do físico cessam quando a vida orgânica se extingue, os problemas da alma e suas lembranças afligentes nos acompanharão até o outro lado da vida, esperando solução de difícil monta.
Dessa forma, estejamos sempre alertas, a orar e vigiar refletindo em como nos conduzimos perante a vida.
Afinal, que possamos sempre perceber que se desejamos ter as melhores lembranças desta existência, devemos fazer hoje as opções mais felizes naquilo que falamos, agimos, vemos e escutamos.
Isso porque serão essas as construtoras dos caminhos que nos levarão à paz ou as estradas que nos conduzirão às aflições.
Redação do Momento Espírita.Em 03.12.2011.