Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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Você costuma ouvir seus amigos com atenção?

Ou é daqueles que se aproxima deles quando precisa de alguém para lhe ouvir as reclamações?

O depoimento a seguir pode ser útil para nossas reflexões. É de alguém que não havia pensado nisso e resolveu contar sua história.

Era cerca de onze horas da noite e eu estava tranquilo em casa, quando recebi o telefonema de um amigo muito querido.

Seu telefonema me deixou feliz e a primeira coisa que ele me perguntou foi: Como você está?

E, sem saber porquê, eu lhe respondi: Muito só...

Você quer conversar? Perguntou.

Eu respondi: Sim.

Você quer que eu vá até a sua casa?

Respondi Sim, novamente...

Ele desligou o telefone e, em menos de quinze minutos, lá estava ele tocando a campainha.

Eu comecei falando sobre meu trabalho, minha família, minha namorada, meus problemas e dúvidas e ele, atento, me escutava.

Naquele dia, eu estava muito cansado mentalmente e a sua companhia me fez muito bem.

Além do mais, do começo ao fim ele me escutou, me apoiou e me aconselhou. Assim, quando ele notou que eu estava melhor, disse: Bom, agora preciso ir trabalhar...

Surpreso, eu lhe disse: Amigo, por que não me disse antes que teria que ir trabalhar? Veja que horas são! Você não conseguiu dormir nem um pouco, eu roubei seu tempo por toda a noite.

Ele sorriu e me disse: Não tem problema, para isso existem os amigos!

Ao ouvir isso, fiquei feliz em saber que podia contar com um amigo assim.

Acompanhei-o até à porta e, quando ele caminhava até o seu carro eu gritei:

Ei!... Amigo! Por que você me telefonou tão tarde? O que você queria?

Ele voltou e me disse com voz baixa: É que queria lhe dar uma notícia...

E eu perguntei: O que aconteceu?

Ele falou: Fui ao médico e ele me disse que meus dias estão contados. Tenho um tumor no cérebro. Não poderei operar. É maligno. Assim, só posso esperar...

Naquele momento fiquei mudo. Ele sorriu e disse: Tenha um bom dia, amigo!

Entrou no carro e se foi...

Precisei de um bom tempo para assimilar a situação e, até hoje me pergunto: Por que, quando ele me perguntou como eu estava, eu me esqueci dele, e só falei de mim?

Como ele teve forças para sorrir, me escutar e dizer tudo o que disse?

Desde aquele dia, a minha vida mudou... Deixei de dar tanto valor aos meus problemas e de me preocupar somente comigo.

Agora, aproveito o meu tempo para estar mais perto das pessoas que amo, perguntar como elas estão e me interessar mais por elas, sem esperar nada em troca.

Tento sentir mais profundamente aqueles que estão a minha volta e aqueles que passam por minha vida...

*   *   *

Por vezes, temos agido com nossos amigos, como verdadeiros egoístas.

Esquecemos de que é preciso olhar nos olhos, ouvir as palavras que eles não têm coragem de nos dizer.

Temos pensado demasiadamente em nós mesmos, em nossos problemas, em nossas amarguras, em nossos desejos...

Importante que tenhamos a devida atenção para com aqueles que nos são caros.

Os amigos verdadeiros às vezes relevam as nossas atitudes egoístas, mas vale a pena cuidar com carinho dessas joias que Deus coloca em nosso caminho.

Afinal, conservar um amigo com afeto e atenção é sempre uma grande virtude.

Pense nisso, mas pense agora!

 

Redação do Momento Espírita, com base
em história de autoria ignorada.
Disponível no livro Momento Espírita,v. 4, ed. Fep.
Em 18.11.2013.

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