Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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Visitante em meu próprio lar

Viajante buscando estar

Habitante de um só lugar

Sou de Deus, de adeus e voltar...

Nada tenho além do que sou

Nada levo além do que sou

Sou de Deus, de adeus e voltar...

Cintilante... O céu a sonhar

Flamejante... Tal chama a voar

Importante... O fim que terá

Sou de Deus, de adeus e voltar...

Nada tenho além do que sou

Nada levo além do que sou

Sou de Deus, de adeus e voltar

Sou partida, trilha e chegar.

Somos todos visitantes em nossos próprios lares da Terra.

Como Espíritos que somos, seres inteligentes da Criação, habitamos o espaço. E desse espaço nos apartamos momentaneamente, vestindo corpos carnais, no que conhecemos como encarnação.

A ação de entrar na carne é necessária para nosso crescimento espiritual.

Tal vinculação mais intensa com a matéria nos proporciona experiências únicas, vivências fundamentais para o desenvolvimento das virtudes e combate às imperfeições.

Somos viajantes, sim, pois ao longo de nossa evolução habitamos muitos corpos em muitos mundos, conforme a necessidade de cada um de nós.

Em cada vida chegamos com nossa bagagem moral e intelectual, nossas virtudes conquistadas e nosso conhecimento a respeito das coisas.

Cada vez que partimos é só isso que também levamos conosco. Nada além dos tesouros da alma. Tudo que não é da alma, fica.

A matéria, o corpo, as coisas... Tudo é instrumento, e não finalidade.

O instrumento precisa ser bem cuidado, bem administrado, pois que é o lavrador sem sua enxada e seus braços?

Mas o trabalhador do campo sabe muito bem que seu verdadeiro objetivo é a colheita. É ela que o sustenta e provê alimento para sua família.

Somos de Deus, criaturas perfectíveis, geradas por essa inteligência suprema, de máxima bondade, que chamamos Pai.

Esse Pai Maior deseja nossa felicidade e nos dá todos os meios necessários para alcançá-la.

Somos de adeus, pois a vida é um ir e vir constante. Muitos de nós já aprendemos, inclusive, a trocar este adeus por até breve.

Não perdemos ninguém pois, em primeiro lugar, ninguém nos pertence de fato e em segundo, porque aqueles que amamos, assim como nós mesmos, são imortais.

Não possuímos uns aos outros. O apego excessivo é causa de dor.

Somos de voltar, pois sempre recebemos novas chances. A reencarnação é uma realidade da qual não podemos nos esquivar, acreditando nela ou não.

*   *   *

Nada tenho além do que sou

Nada levo além do que sou

Sou de Deus, de adeus e voltar

Sou partida, trilha e chegar.

 


Redação do Momento Espírita, com base no poema Sou, do livro No castelo do Espírito, de Andrey Cechelero, ed. Immortality.
Em 11.11.2011.
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