Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone O pequeno e o grande
 

Não é raro que as pessoas comuns manifestem sua inveja, quando a imprensa escrita apresenta fatos da vida de artistas, reis, esportistas famosos.

Invejam a sua riqueza. Sobretudo a sua fama. As pessoas comuns andam todos os dias pelas ruas e não se tornam notícia por terem ido a uma exposição, ao supermercado, à praia.

Não são vistas. Afinal, são tantas as pessoas comuns e, normalmente, umas não olham para as outras.

E isso nos recorda de uma comparação entre o mar, imenso, que joga suas ondas com barulho estrondoso nas pedras e recifes e os rios tranquilos.

É no mar que viajam os grandes transatlânticos, os iates luxuosos e as lanchas velozes, levando pessoas que nos parecem sempre muito felizes.

É o mar que abriga no seu seio tesouros inimagináveis da fauna, da flora e riquezas humanas, resultantes dos naufrágios, de grandes tragédias.

Quando se quer dar um exemplo de algo poderoso, enorme, o mar é o escolhido. Com sua grandeza e perigos, ele assusta muita gente.

Os rios, por sua vez, são calmos. Nascem de pequeninas gotas prisioneiras de vales e montanhas que, aos poucos, vão se libertando e se juntando, formando filetes.

Vão descendo calmas por entre pedras, escolhendo caminhos entre encostas, engrossando e tomando a forma dos rios generosos.

Por serem águas claras e boas, servem para dessedentar o viajante cansado. São a alegria dos pescadores que, em suas águas, se divertem a pescar, sem maiores aventuras.

As crianças barulhentas vão nelas lançar seus barcos de brinquedo.

Os pássaros brincam em suas margens e saciam sua sede. Homens inteligentes as canalizam, de forma que sirvam a muitos outros, em suas casas, no conforto dos seus lares.

Quando as pessoas desejam ouvir os sons graves, buscam o mar. Quando desejam paz, buscam os rios porque sua música é mais suave, delicada.

Os mares e os rios nos dizem que cada um tem seu valor e sua importância.

Se todas as águas fossem salgadas como a dos oceanos e mares, o homem padeceria a sede.

Se não houvesse a tepidez das águas salgadas talvez não existisse a vida na Terra, pois que tudo ali se iniciou.

Mar e rio, oceano e águas tranquilas. Ricos, famosos e pessoas comuns. Todos são importantes no concerto da vida. Cada qual, onde está, com suas condições, tem sua missão, suas dores e alegrias e, sobretudo, a sua responsabilidade.

*   *   *

Você já pensou que a maravilha na Terra está justamente na diversidade das oportunidades que ela apresenta?

Cada qual, onde se encontre, com o que tenha, pode cooperar para a harmonia da vida.

Quando você passeia pelas ruas bem cuidadas da cidade, deve isso a homens e mulheres comuns que realizam a sua limpeza, podam as árvores e plantam flores nos canteiros.

Quando você admira leis sábias e justas, reverencia os legisladores.

Quando se delicia com uma música, agradece aos compositores.

Todos somos importantes e a Terra se tornaria um caos se todos desejassem ser iguais e fazer as mesmas coisas.

Pensemos nisso e valorizemos o que somos e o que fazemos.

 

Redação do Momento Espírita.
Disponível no cd Momento Espírita, v. 20, ed. Fep.
Em 31.10.2011.
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