Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Competência e humildade
 

No dia 14 de março de 2004, um fato ocorrido em Recife, capital pernambucana, no Hospital da Restauração, o maior Pronto-Socorro público do Nordeste, se tornou notícia nacional.

A reportagem dizia o seguinte:

Uma mulher que levou um tiro no coração sai andando do quarto do hospital! Quem viu a cena ficou imaginando: Como é possível alguém escapar vivo de uma situação dessas?

Naquela segunda-feira de carnaval, o cirurgião João Veiga só deveria dar plantão às quatro horas da madrugada. Mas ele teve insônia e resolveu ir mais cedo para o trabalho. Era para chegar na Unidade de Trauma às quatro horas da manhã. Voltei à meia-noite, contou João.

Uma hora depois, a turista israelense Moran Bomflek deu entrada na emergência baleada no coração, em estado gravíssimo.

Ela não respirava, o coração não batia, a pupila estava dilatada, quer dizer, o cérebro estava sofrendo. Então é morte aparente. Não tinha nenhum reflexo, lembrou o cirurgião.

Um plantonista menos experiente poderia ter dado o caso como perdido. Mas João Veiga, dezessete anos de profissão, agiu rápido: abriu o peito de Moran e tentou um procedimento arriscado. Massageou o coração da paciente com as próprias mãos.

Eu só fiz puxar um pouquinho o coração para expor melhor a lesão e fiz dois pontos. Costurei a parte atingida e o coração ficou sem bater.

Foi aí que eu comecei o procedimento de massagem cardíaca, ou seja, segurar o coração e ficar fazendo um movimento em torno de dois a quatro minutos, relatou o médico.

A vida da paciente dependia de uma transfusão de sangue, urgente. O tipo de sangue necessário já estava disponível.

Eu tinha pedido, há vinte minutos, sangue para outra paciente que estava estável, mas precisava de sangue e, quando esse sangue chegou para a outra paciente eu usei para ela. O sangue "O" negativo, que foi fundamental, contou Dr. João.

*    *   *

Importante lembrar que o médico, que deveria chegar ao hospital somente às quatro horas da madrugada, teve insônia e resolveu ir logo para o trabalho.

Somente um profissional que ama o que faz é capaz de tomar uma decisão dessas.

Ele poderia ter ficado em casa descansando, assistindo televisão, ouvindo música, fazendo algo para passar o tempo...

Mas ele preferiu ir para o hospital. Diga-se, um hospital público.

Não é de admirar que um homem com tamanha competência e humildade, tenha tanto amparo do Alto em suas tarefas.

Por causa da sua extremada dedicação, ele havia solicitado sangue para outra paciente e isso o ajudou a salvar uma vida.

Sem dúvida, podemos afirmar que não houve sorte nem coincidências. Houve competência e dedicação, aliadas à Providência Divina.

Acostumado a lidar com casos graves, João Veiga não quer ser tratado como herói.

Mais uma prova de que ele é realmente um grande homem, um profissional competente e um coração generoso.

Ao final da reportagem, João Veiga diz, com simplicidade e sincera humildade: Eu gosto de fazer exatamente isso, foi para isso que eu treinei.

Somente pessoas verdadeiramente abnegadas conseguem fazer coisas grandiosas com a naturalidade de quem resolve pequenas questões.

Um fato que nos leva a crer que este mundo tem jeito. Que existem profissionais que desempenham suas tarefas com competência e dedicação.

E, acima de tudo, que Deus atende Seus filhos através dos Seus filhos, sejam eles médicos, cientistas, agricultores ou simplesmente um homem bom.

Pensemos nisso!

 

Redação do Momento Espírita, com base em reportagem exibida na Rede Globo, no Programa Fantástico, do dia 14/03/2004.

Em 01.08.2011.

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