As dificuldades e os problemas são circunstâncias naturais na vida de qualquer pessoa.
Mais dia, menos dia, as dores nos alcançam e nos tocam, alterando nossa rotina, tirando nosso sono.
De repente, tudo que parecia estável e tranquilo se transforma.
Como se o sol ficasse encoberto por escuras e densas nuvens.
Como se as flores perdessem a cor e o perfume.
De uma hora para outra, o chão parece nos fugir e a nossa realidade assume uma dimensão jamais imaginada.
De repente o furacão chega, arrastando consigo nosso sossego e revirando sem piedade nossas existências.
Ora é um emprego perdido, dificultando a manutenção digna da família, diante dos compromissos financeiros assumidos.
Ora são amores que partem, inviabilizando projetos de felicidade e de ventura.
Ou filhos que se afastam do caminho do bem, em busca de prazeres fugidios que mais adiante lhes trarão inevitáveis sofrimentos.
Ora são mentiras que nos ferem.
Ora são verdades usadas como armas com o objetivo exclusivo de magoar.
A dificuldade nos chega como uma onda violenta.
Sem alarde ela se aproxima e, subitamente, arrasta-nos sem clemência, destruindo nossos frágeis castelos de areia.
Nesses momentos, as lágrimas turvam nossa visão e a voz do desespero invade nosso pensamento.
Torna-se, então, difícil pensar com clareza e avaliar a situação de modo sereno.
A tendência natural, infelizmente, é afundar nesse charco de tristeza, afogando-nos em nossas mágoas, fechando os olhos para as luzes do dia.
Cremos que nosso sofrimento é o maior do mundo e que ninguém jamais foi tão desafortunado quanto nós.
Fechamos os olhos e só conseguimos visualizar a nossa dor.
Estamos no olho do furacão, vivendo nossa dificuldade em sua plenitude, incapazes de perceber que há algo além, um pouco mais adiante.
No entanto, quando você estiver numa situação dessas, pare um pouco e reflita.
Não olhe apenas as pedras do chão que ferem seus pés durante a caminhada.
Erga seu olhar em busca do horizonte e da alvorada que sucede toda noite escura e sem luar.
Perceba a presença de amigos e de amores que estendem as mãos na tentativa sincera de auxiliar.
Ouça suas próprias lamúrias, como se elas fossem de outra pessoa.
Encare sua dificuldade com os olhos da imparcialidade, a fim de dimensionar o problema, sem exageros descabidos.
Não se trata de ignorar a dor, nem de menosprezar o sofrimento.
Mas sim, de afastar-se um pouco para poder enxergar com mais clareza e avaliar melhor os estragos e as soluções possíveis.
* * *
Os contratempos que nos atingem, os problemas que nos afetam são sempre situações passageiras e que podem ser superadas.
Em tudo que nos acontece, dores e venturas, sucessos e fracassos, há sempre a presença e a Providência Divina.
Não desistir, não sucumbir é a parte que nos cabe.
Acreditar e superar, eis aí a nossa missão diária.
Se voltarmos um pouco nossos olhos para a estrada do passado, veremos quantas correntezas violentas e quantos desfiladeiros assustadores já ultrapassamos.
Obstáculos que antes nos pareciam insuperáveis, agora, à distância, ganham contornos diferentes e já não assustam mais.
Tudo, logo mais, será passado, até mesmo a tempestade que ora assola ou o fogo que agora arde e consome.
Cada um de nós, Espírito imortal, sobreviverá sempre, a tudo, amparado eternamente pelo amor do Pai.
Redação do Momento Espírita.
Em 29.07.2011.