Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O homem e a mulher
 

São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?

Esta pergunta foi feita, no século XIX, por Allan Kardec aos Espíritos Superiores, e a resposta deles foi uma contrapergunta:

Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?

Os Benfeitores lançaram, em pleno século XIX, um desafio para a sociedade da época, que tinha no homem um ser superior à mulher, a quem esta devia obediência e respeito.

É incontestável que homens e mulheres têm os mesmos direitos, com variações apenas quanto às funções que cabem a cada um junto à sociedade.

Sobre essa questão, Kardec perguntou aos Espíritos:

As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as deferidas ao homem?

Eis a resposta:

Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções de vida.

Nessa afirmativa dos Benfeitores, fica claro que a maternidade é uma das funções que cabe à mulher, bem como as primeiras noções de educação.

Victor Hugo, poeta e romancista francês que viveu no século XIX, escreveu uma belíssima página sobre o homem e a mulher, que vai aqui reproduzida:

O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher é o mais sublime dos ideais.

Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar. O trono exalta; o altar santifica.

O homem é o cérebro; a mulher o coração. O cérebro produz luz; o coração, o amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.

O homem é o gênio; a mulher o anjo. O gênio é imensurável; o anjo indefinível.

A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher, a virtude extrema. A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade.

O homem tem supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia representa a força; a preferência o direito.

O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pela lágrima. A razão convence; a lágrima comove.

O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios. O heroísmo enobrece; o martírio sublima.

O homem é o código; a mulher, o Evangelho. O código corrige, o Evangelho aperfeiçoa.

O homem é um templo; a mulher um sacrário. Ante o templo, nos descobrimos; ante o sacrário, ajoelhamo-nos.

O homem pensa; a mulher sonha. Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano; a mulher, um lago. O oceano tem a pérola que o embeleza, o lago tem a poesia que o deslumbra.

O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.

O homem tem um farol: a consciência; a mulher tem uma estrela: a esperança. O farol guia, a esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra; a mulher, onde começa o Céu.

*   *   *

O homem é, assim como o pássaro, muitas vezes obrigado a enfrentar a tempestade, fora do ninho, para que o ninho desfrute alegria e abastança.

A mulher é o anjo desse mesmo ninho em que o homem procura paz e refazimento.

 Redação do Momento Espírita com base nos itens 817 e 821 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb e em poesia de Victor Hugo, extraída do v. 5 da Coleção Antologia do pensamento mundial, ed. Logos e do verbete Homem, do livro Dicionário da alma, de Autores diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 1 e no CD Momento Espírita, v. 4, ed. Fep.
Em 29.03.2010.

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