Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Muitos deuses, um Pai

Na Antiguidade muitos eram os deuses.

Basta se consulte a mitologia e, perdendo-se no tempo, encontramos uma série diversificada de entidades denominadas deuses.

Desde sempre, deram-se conta os homens que, além da esfera física, auxiliando-os em seus esforços, havia seres de outra dimensão. E, como não lhes pudessem compreender a essência, os conceberam com forma humana e lhes atribuíram suas virtudes e defeitos.

Assim, surgiram as versões dos tantos deuses, encarregados de variadas missões.

Ouvindo os sons retumbantes dos céus, imaginaram alguém que estivesse a bater com um enorme martelo sobre imensa bigorna e surgiu Thor, deus do trovão.

No mar, que os vencia tantas vezes, levando vidas preciosas, com seus caprichos de ressacas, ondas enormes, tempestades, colocaram um ser que a tudo presidia, caprichoso: Netuno.

E, porque os dias se sucedessem, sem que eles pudessem deter as horas, imaginaram um deus que a isso presidisse igualmente: Saturno, que devorava os próprios filhos.

Percebendo ainda que suas ações eram secundadas por seres invisíveis, passaram a lhes dar nomes, e os invocar para as suas atividades.

E surgiram Hermes, deus do comércio; Apollo, deus da medicina; Atenas, deusa da sabedoria; Vênus, Diana, Eros, deus do amor.

Para cada atividade, um deus protetor. Mas, acima de todos, havia o deus dos deuses. Zeus, habitante do Olimpo grego, chamado Júpiter, na mitologia romana.

Essas entidades interagiam com os homens e, tanto quanto cuidavam dos céus, da Terra e do mar, se imiscuíam nas atividades humanas, interferindo, fazendo valer sua vontade.

Mais tarde, entendendo um pouco mais da essência espiritual, surgiriam religiões concebendo um mundo invisível povoado de anjos protetores e anjos maus.

A respeito deles, falaram antigos filósofos tanto quanto os pais da Igreja, que surgiu no século IV.

Olhando à distância, tudo pode parecer estranho e, em alguns momentos, até ingênuo.

Mas são verdades vestidas do entendimento das criaturas da época. Estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas, afirmava o Apóstolo Paulo de Tarso.

São seres invisíveis, as almas dos homens que morreram, que nos cercam, dessa outra dimensão para onde se foram, após a morte do corpo.

E têm virtudes e defeitos, como os homens, porque as criaturas não se modificam simplesmente porque passam de uma dimensão para outra.

Continuam a se interessar pelos seres amados, a assisti-los em suas necessidades, trabalhar de múltiplas formas porque a ociosidade seria o pior de todos os castigos.

De acordo com o grau de elevação ou de inferioridade em que se situem, se ocupam das mais diversas tarefas.

Todos têm deveres a cumprir. Os seres mais elevados recebem as ordens de Deus e concorrem para a harmonia do Universo, executando as vontades celestes.

Por isso, os homens os perceberam, desde sempre e buscaram lhes dar nomes e tentar descobrir suas missões.

Eram pedaços do grande espelho da verdade que, a pouco e pouco, foram sendo juntados e ampliados.

Contudo, em todos os tempos, sempre o homem entendeu que acima de si mesmo, acima dessas tantas divindades, desses seres espirituais, uma vontade governa e é soberana.

Um Deus, um Senhor. Através dos tempos e das nações, o chamou de Zeus, Júpiter, Yaweh, Tupã.

Quando veio Jesus lhe deu um nome para que todos O pudéssemos igualmente denominar: Pai. Pai nosso.

 

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 23, ed. Fep.
Em 2.1.2013.

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