Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O essencial
 

Existe uma técnica pedagógica em que se propõe para a pessoa a seguinte situação: ela deve ir para uma ilha deserta e somente pode levar três coisas. O que deseja levar?

Ante o questionamento, não são poucos os que ficam confusos porque, afinal, são tantas as coisas que se desejaria levar, e que acreditamos nos sejam indispensáveis.

Em tempos remotos, quando a Águia Romana dominava o mundo com a extensa sombra das suas enormes asas, existiu uma patrícia muito rica.

Tendo que realizar uma grande viagem, ela tomou uma luxuosa galera e seguiu com seu filho de apenas cinco anos.

Sua bagagem despertou curiosidade no embarque. Dois escravos carregaram muitos volumes de joias diferentes.

Eram colares e braceletes, redes de ouro, pedrarias, camafeus riquíssimos.

Todo o pessoal de serviço se inclinou perante a dama nobre, em sinal de respeito pelo tesouro que ela trazia para bordo.

Durante os primeiros dias de viagem ela foi o centro das atenções. Era convidada para a mesa das festividades e todos se interessavam em estar com ela, para poder observar os adornos brilhantes que usava.

Em certa manhã de sol, a embarcação se chocou em traiçoeiro recife. Uma grande brecha se fez na galera e as águas a invadiram.

Todos a bordo começaram a lutar, tentando resolver o problema. Finalmente, verificaram que havia necessidade de abandonar o navio.

Alguns botes foram colocados à disposição dos viajantes para o salvamento. A rica dama se apresentou, tão logo foi chamada.

Nos braços trazia o filho, envolto em manta bordada a ouro e um pequeno pacote que segurava com vigor.

Todos imaginaram que a bela senhora levava consigo as joias mais caras.

Entretanto, porque a viagem arriscada até o porto mais próximo se demorava horas intermináveis, ela abriu o embrulho, mostrando aos irmãos de infortúnio o seu conteúdo.

Eram dois pães e dez figos maduros, com os quais se alimentaram durante as horas que os separavam da terra firme.

Estreitando o filho de encontro ao coração, ela falou: Meu filho é o que tenho de mais precioso. E o que considero de mais útil, nesta circunstância, é o alimento que nos manterá vivos.

*   *   *

A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias. Sempre chega um dia em que o homem é convidado a se separar delas.

Os que vivem o hoje se apegam a terras, construções, moedas e prazeres.

O Espírito prudente, porém, não desconhece que todos os patrimônios da Terra devem ser usados para o enriquecimento da virtude.

Também sabe que as bênçãos mais simples da natureza são as bases da nossa tranquilidade essencial.

Convém recordar a recomendação de Jesus: Procurai antes o Reino de Deus e a Sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 44, do livro Jesus no lar, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 24.01.2011.

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