Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Glória do esforço (A)

Toda vez que as lições do doce Rabi da Galileia são colocadas na pauta das reflexões humanas, os comentários que se ouvem, a respeito de sua inadequação à vida atual, são muitos.

Falam que é quase impossível praticar as lições da Boa Nova neste mundo avesso à bondade, à renúncia e ao perdão. Neste mundo em que o que vale é a conta bancária polpuda, roupas caras, o último modelo do carro.

A maioria das criaturas vive na indiferença e no endurecimento.

A respeito de tais questões, conta-se que, em tempos antigos, existiu um grande artista que se especializou na harpa.

Tamanha era a perfeição com que executava as peças musicais que pessoas importantes vinham de longe para ouvi-lo.

Senhores de terras estranhas vinham até sua moradia, em caravanas, somente para escutar as suas sublimes execuções.

Graças a isso, o mestre da harpa fez fama e fortuna. Comentava-se que não havia ninguém na Terra que o pudesse igualar na expressão musical.

Esse músico possuía um escravo para seu serviço pessoal. Era ele quem servia água, frutas e doces aos convidados. Com uma aparência um tanto tola, nunca conversava.

A harpa do seu amo, contudo, o atraía e, por vezes, ele olhava fascinado para as mãos do artista dedilhando o instrumento, em quase adoração.

Certa noite, o artista voltou para casa bem mais cedo do esperado. Ao adentrar nos jardins percebeu que uma melodia celeste estava no ar.

Alguém tocava de forma magistral na casa solitária. O artista se comoveu. Quem seria o estrangeiro que lhe tomara o lugar?

Ou quem sabe seria um anjo exilado na Terra que assim expressava sua grandeza através das notas musicais?

Sensibilizado por pressentir a existência de alguém com ideal artístico muito superior ao seu, avançou devagar para não ser percebido.

Qual não foi a sua surpresa ao verificar que o harpista maravilhoso era o seu velho escravo tolo. Usando os minutos que lhe pertenciam por direito, sem incomodar ninguém, ele exercitava as lições do seu senhor há muito tempo.

O artista generoso e famoso decidiu libertar o escravo, conferindo-lhe posição ao seu lado, nas apresentações musicais, dali por diante.

*   *   *

A aquisição de qualidades nobres se dá pelo esforço, da mesma forma que pelo exercício se adquire maestria em uma arte.

Toda criatura que utilizar as horas que dispõe na harpa da vida, com sabedoria, depressa absorverá a grandeza e a sublimidade de que falam os Evangelhos e se tornará um representante dos céus, perante os seus irmãos na Terra.

*   *   *

O tesouro das horas é distribuído de forma generosa a todos. Cada um faz dele o que bem entende.

Quem trabalha somente pela paga que recebe, quem não aproveita a oportunidade das horas para crescimento pessoal, de verdade nada terá além do salário do mundo.

Investir em si mesmo, na sua reforma pessoal, interessar-se pelos outros e se doar é condição que todos podemos desfrutar.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 43 do livro Jesus no lar, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 21.01.2011.

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