Uma nota publicada em o jornal O globo, alertou que o tempo que os pais dedicam aos filhos está diminuindo.
Segundo um psiquiatra infantil, o convívio diário entre mães e filhos, nas grandes cidades, não ultrapassa duas horas. E há trinta anos, o número era de dez horas.
A mesma coisa acontece nos países ricos. Nos Estados Unidos, mais de dez milhões de crianças costumam ficar sozinhas em casa.
Na Itália, em Bolonha, um pesquisador de nome Ernesto Caffo criou um serviço para receber denúncias de violência contra menores.
De forma surpreendente, um terço das ligações era de crianças sozinhas à noite, que pediam para conversar.
A poetisa Gabriela Mistral, chamando a atenção a respeito do descuido para com os pequenos, diz: Somos culpados de muitos erros e muitas falhas.
Mas o pior crime é abandonar as crianças, desprezando a fonte da vida.
Muitas das coisas que precisamos podem esperar. A criança não pode. É exatamente agora que seus ossos estão se formando, seu sangue é produzido, e seus sentidos estão se desenvolvendo.
Para ela não podemos responder amanhã. Seu nome é hoje.
Ante tais considerações, verifiquemos como anda nossa permanência com nossos filhos.
Considerando, é claro, tanto a quantidade quanto a qualidade dessas horas. Se dispomos de pouco tempo com nossos filhos, busquemos aproveitar ao máximo esse tempo.
Por isso, em vez de assistir televisão juntos, vamos passear juntos. Vamos andar de bicicleta, jogar bola.
Ouvir as histórias das crianças. A maravilhosa encenação que é um dia infantil. Tenhamos paciência e tempo para ouvir todos os detalhes.
Da borboleta que pousou na rosa até o gato que subiu na mesa e lambeu o pão com doce.
Existem pais que não conseguem entender o que seus filhos falam quando esses começam a dizer as primeiras palavras, a comunicarem-se. Precisam de um tradutor, que normalmente é a babá.
Isso é resultado da falta de convívio entre os pais e os filhos.
Estejamos atentos. Dediquemos todos os momentos possíveis aos nossos filhos. Aprendamos a fazer muitas coisas em conjunto.
Aproveitemos todos os tempinhos. Enquanto lavamos o carro a quatro mãos, pai e filho, conversemos a respeito da escola, das suas vontades, dos seus anseios.
E não nos esqueçamos de criar tempo para ouvir, falar, conversar, trocar ideias.
Dediquemos um dia, em sete, na semana, para ouvir o coração do nosso filho bater compassado e nos confidenciar o que ele almeja para si, para sua vida, para o mundo.
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Organize a sua vida. Reconsidere as suas atitudes perante a existência, melhorando-as.
Não se envolva tanto com o trabalho profissional ao ponto de seus filhos não terem espaço para estar com você.
Conseguir recursos para manter a família é louvável, mas se você não passar valores reais aos seus filhos, eles não conseguirão administrar os bens que lhes chegam às mãos.
Cultive, portanto, o amor, o diálogo, o carinho pois o homem não consegue viver sem emoção, sentimento, ideais e virtudes.
Redação do Momento Espírita, com base nas notas A criança não pode esperar e Menos tempo para os filhos, do Jornal O sol nascente, de abril de 2000.
Em 27.12.2010.