O livro do Apocalipse está repleto de símbolos profundos.
Por conta disso, sua leitura costuma ser um tanto árdua.
Mesmo assim, dele podem ser extraídas preciosas lições, hábeis a ampliar o progresso espiritual.
Em determinado ponto da narrativa, consta o seguinte versículo:
E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição e não se arrependeu.
Essa pequena frase é rica de significados.
Ela evidencia a extrema bondade de Deus, manifestada para com todos os Seus filhos.
Perante os erros mais clamorosos, Ele Se posiciona como um Pai amantíssimo, embora justo.
Muitos insistem pela rigidez e irrevogabilidade das determinações de origem Divina.
Entretanto, convém refletir sobre a essência sublime do Amor que tudo gerou e a tudo sustenta.
Esse amor apaga vidas escuras e faz nascer novo dia nos horizontes da alma.
Mediante as sucessivas vidas, viabiliza os mais improváveis reajustes e redenções.
Mesmo entre os juízes terrestres, existem providências fraternas, como a liberdade sob condições.
Por certo, não será o Tribunal Celeste constituído por inteligências mais duras e inflexíveis.
A casa do Pai é muito mais generosa do que qualquer figuração de magnanimidade que se possa conceber.
Em Seus celeiros abundantes, os recursos são infinitos.
Neles há empréstimos e moratórias, para quem muito deve em face das soberanas Leis que regem a vida.
Também são habituais as concessões de tempo para aquele que se complicou espiritualmente, ao longo dos séculos.
Em suma, os recursos da Misericórdia Divina não podem ser concebidos pela mais vigorosa imaginação humana.
O Altíssimo fornece dádivas a todos, em Sua generosidade.
É aconselhável que o homem medite no que tem feito desses recursos.
Que cesse de reclamar e de se achar injustiçado.
Que jamais se permita imaginar o Pai Amoroso apresentado por Jesus como um ser vingativo e mesquinho.
Mas ponha a mão na consciência e se encha de gratidão por tudo o que tem.
Aprenda a valorizar seus amores, seu trabalho e suas lutas.
Esses recursos sublimes não devem ser desperdiçados.
Eles se destinam a propiciar uma retificação de rumos.
Mediante sua utilização, o homem deve crescer em discernimento e em bondade.
Deve se desgostar de velhos vícios, arrepender-se de equívocos e marchar rumo ao Alto, com galhardia.
Muitos são prisioneiros da concepção de justiça implacável.
Tais ignoram os maravilhosos auxílios do Todo Poderoso, que se manifestam por mil modos diferentes.
Contudo, há também os que procuram a própria iluminação pelo Amor Universal.
Esses sabem que Deus dá sempre e que é necessário aprender a receber e a repartir.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 92 do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 24.11.2010.