Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone O dever
 

O dever anda bastante esquecido. Fala-se muito de direitos e pouco de deveres.

O empregado busca o trabalho e, antes de tudo, vai enumerando todos os seus direitos.

Justo que os conheça e os exija. Mas, o que faz e como faz a tarefa que lhe foi confiada?

É comum se observar balconistas sem vontade alguma de bem atender o cliente. Não há movimento algum na loja, mas se entra o possível comprador e pergunta o valor de uma mercadoria, a resposta que recebe é: Está marcado na etiqueta.

E que se dizer dos que estragam e desperdiçam o material de trabalho? Aspirador de pó, escovas, vassouras tudo utilizado sem cuidado.

Afinal de contas, quando estragar, o patrão deverá mesmo providenciar o conserto ou a substituição.

Em repartições públicas, bancos e escritórios é comum se verificar o exagero no consumo de papel, clips, grampos.

Como se não fosse dever do funcionário zelar pelas coisas que pertencem à empresa.

E o que se dizer do horário? Quantos minutos são gastos na fofoca, nos cafezinhos e mais cafezinhos durante o expediente?

Naturalmente o serviço não rende. Ah, mas se houver necessidade de alongar as horas de trabalho, logo se falará em remuneração extra.

Dever é a alegria do cumprimento integral do que compete à criatura.

Se todos têm direito ao repouso, ao justo salário, ao intervalo para a refeição, é bom não esquecer que todos têm o dever de bem executar aquilo para o que foram contratados.

A raiz do problema reside no lar. Desde cedo a criança aprende que tem direitos.

Poucos pais ensinam e passam aos filhos a lição do dever.

A criança tem direito ao amor, à proteção, à alimentação, ao estudo. Mas tem o dever do respeito e da cooperação.

É comum se encontrar mães sobrecarregadas de ocupações, enquanto os filhos adolescentes descansam, bem tranquilos frente à TV ou na lanchonete da esquina, jogando papo fora com os amigos.

Tão tranquilos e descansados estão que têm forças redobradas para exigir a comida na hora certa, a roupa passada, o dinheiro para o seu lazer.

As mães tudo executam com a desculpa de que eles estão na idade do egoísmo.

E se tornam escravas no lar.

Direitos sim. Deveres também .

Ninguém está isento de cumpri-los. Ninguém que não possa executá-los.

Desde pequena a criança deve ter deveres a cumprir. Guardar seus brinquedos, preparar a mesa para a refeição, colocar a roupa para lavar no local correto. Executar pequenas tarefas no lar.

Quem aprende cedo as lições do dever, cedo se tornará o cidadão cumpridor das leis, zeloso. Correto sempre.

Dever. Palavra de ordem para que o nosso mundo se transforme numa imensa e operosa colmeia, onde cada um executa com ardor e alegria a parte que lhe toca.

*   *   *

Cumpre o dever que te cabe, com a alma em prece. Se não fores notado na Terra, lembra que Jesus é, até agora, o grande servidor anônimo, a nos ensinar que a maior honra da vida é o privilégio de ajudar e prosseguir adiante, servindo sempre e sem cansaço.

Redação do Momento Espírita.
Em 19.11.2010.

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998