Momento Espírita
Curitiba, 27 de Novembro de 2024
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ícone Necessidades ou desejos?
 

 

Você, que é pai ou educador, já deve ter ficado em dúvida, alguma vez, quanto às verdadeiras necessidades do seu educando.

Já deve ter se perguntado se deve atender a todos os desejos de seu filho, ou só às necessidades.

Mas, afinal de contas, como distinguir as reais necessidades dos desejos caprichosos das crianças?

Aqui vão algumas dicas que podem ser úteis na hora da decisão:

Comer, por exemplo, é uma necessidade. Mas, comer chocolate em vez de almoçar é um desejo que a criança tem e que não deve ser atendido para não criar problemas de saúde.

Beber é uma necessidade. Mas, beber apenas refrigerante é um capricho prejudicial.

Brincar também é uma necessidade de qualquer criança. No entanto, brincar com o novo aparelho de som do pai ou da mãe, ou com o computador, já é outra questão.

Dormir é necessidade básica. Mas, dormir em vez de ir para a escola, e ficar até tarde navegando na Internet, jogando vídeo game ou assistindo televisão, é outra história.

Vestir-se confortavelmente e de acordo com o clima é necessário Mas, exigir roupas de determinada grife é mero capricho.

Descansar após um ano de estudos e dedicação faz parte das necessidades físicas do ser humano. Mas, exigir viagens para este ou àquele lugar por passar de ano, é apenas desejo.

Carinho e afeto também são necessidades básicas do ser. Mas, exigir atenção exclusiva a todo momento é um desejo que não deve ser atendido quando se quer educar.

Assim, cabe aos pais e educadores decidir se devem ou não atender alguns desejos da criança, levando sempre em conta as possibilidades financeiras e as oportunidades de educar.

Se nosso filho tem várias calças, por exemplo, mas quer mais uma para a sua coleção, devemos ponderar a respeito de comprar para que ele não nos importune, ou aproveitar a oportunidade para orientá-lo sobre os inconvenientes do consumismo.

Se ele deseja receber uma viagem como prêmio por ter passado de ano, podemos optar por apenas satisfazer-lhe o desejo ou conversar sobre o assunto, de maneira a deixar claro que só consentimos porque ele foi um bom aluno e cumpriu com as suas obrigações junto ao lar e à família, mas que isso não se tornará regra.

O importante é ter sempre em mente que nosso filho precisa aprender a viver com limites e disciplina.

Importante, também, é ensinar-lhe que nem tudo o que ele deseja ele pode ou deve ter, mesmo que tenhamos condições de atender. Criança que tem tudo o que quer é grande candidata à delinquência.

Suprir suas necessidades de afeto e atenção é medida salutar, mas se deixar levar pelas exigências movidas pelo ciúme e pelo desejo de posse, é altamente prejudicial na formação do caráter da criança.

Algumas crianças são extremamente inseguras e, por essa razão, desejam atenção exclusiva para si. Pais atentos na educação vão colocando limites e contendo os exageros.

Por todas essas razões e outras mais é preciso estar sempre atento para as oportunidades de dar aos filhos uma educação baseada no amor e também na razão e no bom senso.

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O verdadeiro amor não é permissivo, é exigente e visa o crescimento do ser amado.

Em matéria de filhos, é preciso avaliar muito bem o que é melhor para cada um, pois nem sempre o que eles desejam os fará crescer e se tornar homens de bem.

Quem ama, educa.

E quem educa bem, salva.

Pense nisso!

 

Redação do Momento Espírita com base no livro Limites sem traumas, de Tânia Zagury, ed. Record.
Em 16.11.2010.

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