O amor costuma ser um tema muito presente na sociedade contemporânea.
Nos contextos mais inusitados, o amor surge como móvel ou explicação para a conduta humana.
Há quem diga que traiu ou matou por amor.
Como podemos, no entanto, justificar esses atos em nome do amor?
O verbo amar brota dos nossos lábios, de forma muito rápida, sem aquilatarmos o verdadeiro sentimento que dirige nossos atos.
Afirmamos amar mas nem sempre temos para com o ser amado a devida ternura, atenção de que ele precisa ou aguarda.
Bem se vê como é difícil compreender o sentido do amor.
Quando esteve entre nós, Jesus identificou o amor como a essência das leis que regem a vida.
Lecionou que, acima de tudo, é preciso amar a Deus.
Também é necessário amar ao próximo como a si mesmo.
Certamente esse sentimento tão sublime há de ser estribado no dever e na conduta digna.
Não se concebe que justifique qualquer desatenção, descuido ou crime.
Talvez até figure de forma embrionária nesses processos desequilibrados.
Mas por certo neles se encontra desvirtuado por vícios e paixões.
Então, é difícil indicar com exatidão o sentido dessa palavra tão enunciada.
Muitos dizem sofrer por amor.
Amam mas não são correspondidos e por isso padecem.
Ou às vezes até se acreditam amados, mas não com a intensidade que desejariam.
Ardem de ciúmes do ser querido.
Reclamam de descaso, de que não recebem a atenção necessária.
Entretanto, em se tratando de amor, convém recordar os exemplos de Jesus.
O Mestre Divino não se ocupou em reclamar de falta de atenção.
Não fez chantagens com Seus parentes e amigos, para exigir maiores demonstrações de afeto.
Não tornou difícil a vida de quem não conseguia entender o significado de Sua missão.
Por muito amar, Ele se doou inteiro à Humanidade.
Investiu horas infindas na educação dos ignorantes.
Confortou os sofredores.
Curou enfermos.
Amparou os viciados do corpo e da alma.
Mas nunca esperou ou exigiu e nem mesmo recebeu nada em troca.
Ele simplesmente ofereceu o de que careciam as criaturas: educação, luz, paz...
E Ele tudo isso ofereceu. Eis o aspecto essencial do amor: a doação.
Amar pelo prazer de ver feliz o ser querido.
Quem espera ser amado muitas vezes se converte em opressor ou chantagista.
Já quem se contenta em amar é sempre um esteio na vida do semelhante.
Reflitamos a respeito do modo pelo qual encaramos o amor.
Encontramos alegria em tornar felizes os nossos amores?
Ou estamos sempre a fazer exigências, em uma barganha constante pelo afeto deles?
Preocupamo-nos em receber algo em troca ou doamos o que temos de melhor em nós?
Essa ou aquela forma de agir nos identifica como pessoas capazes de amar sem restrições. Ou ainda carentes de aprender a conjugar o verbo amar.
O amor somente felicita, nunca entristece ou magoa o outro.
O amor deseja a felicidade do outro, o sorriso na face amada, a alegria na vida de seu afeto.
Busquemos, a cada dia, nos exercitarmos na ventura que se chama amor.
Verificaremos, a breve tempo, como a felicidade nos alcançará os dias.
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