Em uma antiga cidade da Pérsia, existia uma Academia onde se reuniam os sábios da época. Chamava-se Academia Silenciosa, porque os seus membros deveriam se manter calados quanto possível, em meditação, resolvendo os problemas que lhes eram apresentados.
Certo dia, em que todos estavam reunidos, apresentou-se um eminente pensador. Chamava-se Doutor Zeb e foi ali propor a sua candidatura a um lugar entre aqueles sábios.
O Presidente da Academia o atendeu em silêncio. Depois, diante dos diversos acadêmicos, escreveu o número mil no quadro de giz, colocando um zero à sua esquerda, fazendo-o entender que este era o seu significado para os presentes.
Doutor Zeb, sem se incomodar, apagou o zero e o transferiu para o lado direito do número, tornando-o dez vezes maior.
Surpreendido, o sábio tomou de uma taça de cristal e encheu-a com água, de tal forma que, se uma única gota fosse acrescentada, a água transbordaria.
O candidato, sem se perturbar, tirou uma pétala de bela rosa que adornava o recinto e a colocou sobre a água da taça, que se manteve sem nenhuma perturbação.
Diante da excelente resposta, Dr. Zeb foi então admitido como membro daquele colégio de sábios.
* * *
Por vezes, na vida, nos sentimos qual o zero à esquerda. Acreditamos que não valemos nada, que nada de produtivo para o mundo podemos oferecer, que não fazemos falta.
É um sentimento de menos valia. Em tais dias, é importante nos lembrarmos da sabedoria do Dr. Zeb. Sempre temos algo a acrescentar de bom, útil ou belo para a vida.
Podemos ser a dona de casa, às voltas com as mil tarefas domésticas, que se detém no jardim e planta uma flor. Flor que desabrochará em colorido e perfume, embelezando o dia.
Podemos escrever um bilhete a um amigo distante, telefonar a um companheiro que está na solidão. Todos podemos dar algo de nós.
Ler uma página reconfortante ao idoso, cujos olhos se apagaram no escoar dos anos. Levar a passeio uma criança para que ela se encontre com o calor do sol, salte alegre na grama, encha de terra e pedrinhas as mãos miúdas.
Podemos confeccionar um agasalho para aquecer um pequerrucho. Costurar uma peça de enxoval para quem vai renascer. Sorrir, cantar.
Quantos talentos possuímos que esquecemos de utilizar, de valorizar?
Cada criatura, na face da Terra, é única, e valiosa.
Ninguém substitui integralmente o outro, porque cada ser é especialmente dotado com timbre de voz inigualável, personalidade própria.
Pensemos em como no mundo podemos ser a pétala de rosa, que embeleza a taça cheia d'água, acrescentando ainda o delicado perfume da presença.
* * *
Todos possuímos recursos inimagináveis que estão em germe em nossa alma, aguardando os nossos estímulos.
Possuímos o Cristo interno, poderoso, que é nosso.
Permitamos que Ele aja através de nós. Com Ele, teremos decisão para deixarmos os pensamentos doentios que se transformam em tormentos.
Saiamos pelas ruas, semelhantes ao sol da primavera que espanca o inverno e anuncia que logo mais haverá explosão de flores e perfumes no ar.
Redação do Momento Espírita, com base na Introdução do
livro Vida feliz e no cap. 10 do livro Filho de Deus, ambos
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 30.09.2010.