Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone O rei misericordioso
 

O Celeste Pedagogo apreciava criar parábolas para fundamentar o ensino da Boa Nova, de que era o Mensageiro.

Muitas delas chegam a ser consideradas como fatos quando, em verdade, trata-se de uma estratégia de ensino de quem é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Narra pois Jesus, referindo-Se ao Reino dos Céus, que ele é semelhante a um rei que quis tomar contas aos seus servos.

Logo de início lhe apresentaram um que lhe devia dez mil talentos.

O talento era uma moeda cunhada em ouro, por vezes em prata. Fazia parte do sistema monetário romano e tinha seu valor entre 27 a 36 quilogramas de metal.

Era um valor muito elevado, considerando-se que o dote da filha de Júlio César foi de 100 talentos de ouro no seu casamento com Pompeu. Isso corresponderia a vários milhões de euros em moeda atual ou três mil e seiscentos quilos de ouro.

Como o servo não tivesse com que pagar, mandou o rei que o vendessem, a ele, a sua mulher e a seus filhos, e tudo quanto possuía, para pagar a dívida.

Mas o servo, lançando-se-lhe aos pés implorava, dizendo: Tem paciência, comigo, que te pagarei tudo!

Então, o senhor desse servo, movido de compaixão, o deixou ir e lhe perdoou a dívida.

Ora, tendo esse servo saído, encontrou com um dos seus companheiros, que lhe devia cem dinheiros. Dinheiro era uma moeda que tinha seu valor, em função do seu peso, não exatamente do metal de que era feito.

Contudo, conclui-se que era um valor muito insignificante, considerando-se o montante da dívida de que aquele servo fora perdoado.

Mas, sem piedade, o agarrou, sufocando-o, dizendo: Paga o que me deves!

O devedor se ajoelhou aos pés do companheiro, suplicando: Tem paciência, comigo, que te pagarei tudo.

O outro, no entanto, não quis ouvir nada e o mandou encarcerar até que tivesse pago a dívida.

Vendo isso, os outros servos ficaram profundamente aflitos e foram dar parte a seu senhor do que acabava de acontecer.

Então, o senhor mandou chamar aquele servo impiedoso e lhe disse:

Servo mau, eu te perdoei toda a dívida, porque me pediste. Não devias, pois, também tu te compadeceres do teu companheiro, assim como eu me compadeci de ti?

E logo, muito indignado, o rei o entregou aos oficiais da justiça até que pagasse tudo quanto devia.

E conclui Jesus: Assim é que meu Pai celestial vos há de tratar, se cada um de vós não perdoar a seu irmão do íntimo do coração.

*   *   *

A parábola nos convida ao exercício da misericórdia. Mas, em especial, ao exame de consciência, verificando os nossos próprios equívocos e como somos intransigentes para com as falhas do próximo.

E mais: leva-nos a pensar que Deus, todo misericórdia nos oferece a oportunidade da reencarnação, do retorno à carne para reformular atitudes, resgatar velhos erros.

Concede-nos uma vida nova, cheia de oportunidades de resgate e crescimento.

E, nós, quantas vezes não perdoamos as mínimas faltas de amigos, colegas, parentes...

Pensemos nisso e utilizemos de misericórdia em nossas relações interpessoais...

 

 

Redação do Momento Espírita, com base na
Parábola do rei misericordioso, do Evangelho
de Mateus, cap.18, versículos 23 a 35.
Em 24.09.2010.

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