Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Tristeza que fere

O homem chegou em casa, naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal-humorado.

Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. A luz acesa na cozinha iluminava fracamente a sala que ele adentrou. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:

Mamãe, por que papai está sempre triste?

Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.

O homem parou, sem coragem de avançar e continuou ouvindo:

Que são negócios, mamãe?

São as lutas da vida, filho.

Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:

Papai fica alegre nos negócios?

Fica, sim, respondeu a mãe.

Mas, então, por que fica triste em casa?

Sensibilizado, o pai de família pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:

Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar o chefe da repartição e os clientes. É importante para o trabalho dele.

Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa precisa cuidar para não ferir os outros e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa.

Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações.

A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:

Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...

Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.

Meu Deus, pensou. Como estou maltratando minha família.

E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino e o abraçou forte.

Filho, vamos brincar? Foi o que perguntou.

*   *   *

Não há quem não tenha problemas, lutas e dificuldades. Compete, no entanto, saber administrá-las de forma a que elas não se tornem um fantasma de tristeza, um motivo de autocompaixão.

Mesmo porque ninguém tem somente coisas ruins em sua vida. Ao lado das lutas constantes, existem sempre as compensações que Deus providencia.

Ter um lar, esposa, filhos, família, pais amorosos é o oásis de paz que a Divindade nos concede a fim de que restabeleçamos as forças para o prosseguimento do bom combate.

*   *   *

A alegria espalha bênçãos onde se manifeste.

A alegria pura contamina os que estão em volta. Por isso, recuperemos a coragem na arena de combate que a vida diária nos impõe e vitalizemos a alegria.

Não sejamos semeadores de sombras, antes sejamos como o sol que sorri gentil e tudo ilumina onde se faz presente.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13 do livro
Missionários da luz, pelo Espírito André Luiz, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no verbete
Alegria, do livro
Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
sicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

Disponível no livro Momento Espírita, v. 5, ed. Fep.
Em 25.06.2012.

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