Momento Espírita
Curitiba, 25 de Novembro de 2024
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ícone Veículo poderoso
 

Veículo poderoso é a palavra que reflete, de forma segura, o nível moral em que nos encontramos.

Com a palavra se propagam as boas obras e se acende a esperança. Pode-se fortalecer a fé vacilante e sustentar-se a paz. Também serve para alimentar o vício e a delinquência.

Falando, o professor eleva a mente dos seus aprendizes às culminâncias do saber. Usando do verbo, o malfeitor arroja muitos para o fosso do crime.

Conversando, a mãe educa o filho, apontando-lhe os caminhos da honra e do dever.

Usando da palavra, maus líderes conduzem os povos às guerras cruentas, permitindo que a boca escancarada da morte ceife vidas preciosas.

Bons governantes, preocupados com os seus comandados, sua responsabilidade, elaboram discursos de paz e se esforçam por concedê-la.

Jesus falou e o Evangelho surgiu como a Boa Nova que todos aguardavam, sofridos e desalentados.

Antes Dele, a fim de preparar os caminhos, uma voz se ergueu desde o deserto até as margens do rio Jordão, pregando um novo tempo.

Um tempo em que as veredas do Senhor seriam aplainadas e os homens poderiam ouvir o doce cântico de um Rabi.

Nas tardes quentes, nas noites amenas, Jesus serviu-Se da palavra para ensinar as verdades do Pai que está nos céus, para manifestar a Sua vontade generosa e curar enfermos.

Com Seu verbo, salvou da morte por apedrejamento uma mulher que se equivocara, esquecendo dos seus deveres de esposa. E a outra ofereceu a água viva que mata a sede de saber espiritual.

Serviu-Se da palavra e pediu perdão ao Pai para os que O crucificaram e com a palavra da fé entregou-Se a Deus.

O apóstolo Paulo, pela palavra consciente e esclarecedora, levou as boas novas do Reino de Deus a muitos lugares.

De tal forma deixava-se inflamar pela inspiração dos céus, que seu verbo convertia multidões. Tão bem se expressava e com tal fervor que chegaram a confundi-lo com o próprio Deus.

Gandhi serviu-se da palavra para convidar a todos os seus irmãos da Índia a se unirem pelo mesmo ideal. Martin Luther King Jr. discursou em nome da paz, desejando que brancos e negros se sentissem irmãos.

Quando a guerra civil devastava o solo americano, o Presidente Lincoln usou da palavra de bom ânimo para levantar a moral dos soldados abatidos pelas derrotas e pelo abandono que acreditavam sofrer.

O verbo é sempre a manifestação da inteligência sadia ou enferma. É a base da escrita.

E, toda vez que utilizamos a palavra, semeamos bênçãos ou espalhamos tempestades.

Desse modo, ainda que trevas e espinheiros se alonguem junto a nós, governemos a emoção, e pronunciemos sempre a palavra que instrua ou console, que ajude ou santifique.

Mesmo que a provocação do mal nos convide à desordem, a condenar e a ferir, abençoemos a vida, onde estivermos.

Aprendamos a calar toda frase que destrua porque toda palavra que agride é moeda falsa no tesouro do coração.

*   *   *

Existem três coisas que não têm volta: a flecha lançada, a palavra falada e a oportunidade perdida. Uma vez que a palavra é pronunciada, não há maneira de fazer com que ela retorne.

Lembremo-nos de que uma vez dita a palavra, ela foge ao nosso controle.

Pensemos bem antes de falar, porque mesmo que não possamos fazer com que a palavra volte, teremos que responder por ela.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Palavra,
do livro Seara dos médiuns, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no cap. 14, do livro
A carta de Tiago, de L. Palhano Jr., ed. Fráter.
Em 17.08.2010.

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