A frase não é inédita. Com certeza, já a ouvimos muitas vezes. Contudo, parece que, a pouco e pouco, as pessoas começam a se convencer dessa verdade.
Pesquisas apontam que aquelas que praticam regularmente a filantropia se sentem muito bem.
Entendamos filantropia como qualquer atividade que vise promover o bem-estar do semelhante.
Independe de dinheiro e pode até estimular outros à realização de ações a benefício de alguém.
Exemplos, existem muitos. Como o da atriz brasileira que, durante quase duas décadas, frequentou o presídio do Carandiru, desativado em 2002.
Ali ela criou o projeto Talentos aprisionados, promovendo cursos de teatro, dança, artes plásticas e literatura.
Ao descrever seu trabalho, ela o qualificou de recompensador, não só para quem foi beneficiado, mas para si mesma.
Há quem diga que as pessoas praticam filantropia para aliviar a própria consciência, sem resolver a raiz do problema de quem, pretensamente, estariam auxiliando.
Cabe-nos lembrar a frase de sabedoria de Madre Teresa de Calcutá: Se você não pode alimentar trezentas pessoas, alimente apenas uma.
Dessa maneira, saber que uma criança está abrindo um presente doado por alguém pode não ser suficiente, mas faz bem.
Alguns dirão que não foi resolvido o problema da miséria em que vive. Entretanto, mesmo que por breves momentos, aquela criança sentiu felicidade.
Por um curto período, ela soube que sonhos podem se tornar realidade. E voltará a sonhar. E cultivar esperança.
E o promotor dessa alegria, momentânea que tenha sido, partilhou daquela felicidade.
Alguns questionam se podem doar algo sem sair de casa. A resposta é afirmativa.
Há muitas maneiras de nos engajarmos em campanhas contra a fome ou a doença, propondo-nos à doação de valores, itens não perecíveis, roupas, medicamentos.
Podemos colaborar, de forma periódica e frequente. Com instituições beneméritas, que atendem às dores e necessidades das criaturas.
Contudo, aqueles de nós que, além de doar alguma coisa, nos propormos a nos doar, a ir ao encontro do outro, melhor ainda nos haveremos de sentir.
Uma história emocionante é de uma dona de casa que, em três anos, se encarregou de coletar e enviar mais de quatro mil e quinhentos litros de leite materno para bebês órfãos na África.
Podemos ter ideia de quantas vidas terá salvo, com seu gesto? E como ela deve se sentir feliz, realizada?
* * *
Se somos daqueles que nos doamos no trabalho, no lar, aos familiares próximos e achamos impossível nos doar um tanto mais, acreditemos, é possível.
Este é um convite para nos engajarmos nessa rede sem fronteiras, pelo bem para que possamos sentir essa doce felicidade, esse encanto e bem-estar.
E se não soubermos o que fazer, onde começar, principiemos olhando a nossa rua, os nossos vizinhos, o nosso bairro.
Verifiquemos o que falta, quem tem necessidades.
Indaguemos em nosso templo religioso, no clube que frequentamos.
Tenhamos certeza: sempre existe alguém, bem próximo a nós, envolvido no bem. E poderemos nos somar a ele, sermos mais um, nessa fieira de bondade.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
Com a caridade na agenda, de Rodrigo Turrer,
publicado na Revista Época de 4.1.2010.
Em 17.11.2025
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