Momento Espírita
Curitiba, 26 de Novembro de 2024
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A cada um segundo suas obras, ensinou o mestre de Nazaré, há mais de dois mil anos.

A frase sintetiza perfeitamente a lei da justiça divina, do ponto de vista moral, e o homem tem recebido, ao longo do tempo, sempre de acordo com suas obras.

Um professor de tradicional escola era o coordenador de um concurso anual.

Tratava-se de eleger César. Isto mesmo, o imperador romano de tantas glórias.

O concurso objetivava estimular os alunos a debruçar-se de forma ímpar, sobre a história romana.

Ano a ano, o concurso, um verdadeiro duelo na área do conhecimento, movimentava professores, pais e alunos.

César, além da toga romana, recebia a coroa de louros da vitória.

Sua foto passava a figurar na ala do colégio dedicada aos Césares.

O coordenador tinha em sua classe um aluno muito problemático. Indisciplinado, desordeiro, agressivo, era o terror de todos os professores.

Pois o coordenador resolveu nele investir. Falou-lhe de suas potencialidades e o desafiou a ser César.

O garoto pareceu se modificar. Passou a estudar, aplicando-se. Tão entusiasmado ficou que o coordenador resolveu lhe dar uma mãozinha.

Emprestou-lhe um livro, sinalizando, embora sutilmente, o capítulo que ele deveria estudar.

Seu desejo? Que ele ficasse entre os três finalistas para disputar a coroa de louros.

Como ele não conseguiu a classificação, o professor favoreceu-o com uma boa nota, embora indevida, e em detrimento do verdadeiro classificado.

Ninguém ficou sabendo disso, a não ser a própria consciência de quem agiu incorretamente. Mas, no teste oral, perante todos, o professor percebeu que o garoto colava.

Fingia pensar e consultava apontamentos que trazia presos ao braço esquerdo.

E somente não venceu porque, percebendo a desonestidade, o professor lhe fez uma pergunta que não constava do capítulo específico.

O tempo passou.

Vinte anos depois, aquele ex-aluno, agora rico industrial, pede uma revanche.

Em sua propriedade, em um final de semana, reúne o velho professor, os colegas de classe e os finalistas da época da adolescência.

Aqueles mesmos com os quais ele havia disputado o título de César, não alcançando êxito.

Começa o interrogatório, nos moldes da velha e longínqua escola.

Os colegas vibram. As esposas torcem por seus maridos. As crianças, por seus pais.

Terá o rapaz, homem agora, se preparado de forma digna? Saberá mesmo o tema?

Para tristeza do professor, em meio à inquirição, descobre que seu protegido continuava usando de malícia e desonestidade.

Através de minúsculo aparelho em seu ouvido direito, as respostas lhe estavam sendo transmitidas por alguém que ele contratara, mediante polpuda soma em dinheiro.

*   *   *

Toda vez que desejes investir em alguém faze-o de forma correta.

Nunca prejudiques a outrem, em nome dessa vontade de auxiliar.

Nunca entregues prêmios, cargos e encargos imerecidos.

Salutar é o investimento em quem deseja verdadeiramente crescer, melhorar, modificar-se.

Bom é o investimento em amor, confiança, incentivo.

Jamais o que privilegia, age com parcialidade, porque então, não estará auxiliando. Antes, prejudicando ao alvo dessas atenções.

A cada um segundo as suas obras.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 31.5.2021

 

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