Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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        Uma característica muito comum, notada nos seres humanos, é a tentativa de fuga.

        Muitos de nós, quando nos sentimos pressionados por circunstâncias adversas, temos a tendência natural de fugir.

        Às vezes, quando se apresenta uma situação para a qual não vemos saída, gostaríamos que o chão se abrisse sob nossos pés e nos tragasse em definitivo. Mas, como isso não ocorre, tentamos fugir de várias outras formas.

        Para alguns a saída é afogar as mágoas num copo de bebida. Afinal, pensamos, o álcool perturba o psiquismo e tira da mente, temporariamente, a preocupação que nos faz sofrer.

        Outros fumam um cigarro após outro, numa tentativa frenética de libertar-se das idéias perturbadoras, como querendo cobri-las com a fumaça abundante.

        Outros, ainda, buscam as drogas mais pesadas, capazes de anestesiar a mente e desviar o curso dos pensamentos por alguns instantes.

        Alguns vão às compras tentando distrair-se. Compram, e compram mais, como se ocupando a mente com outras coisas pudessem livrar-se dos problemas.

        Outros viajam, vão para bem longe, buscando na distância física a tentativa de esquecimento de seus problemas.

        Muitos, infelizmente, buscam a porta falsa do suicídio, como medida mais drástica, com intuito de apagarem a mente de vez por todas, para que nunca mais possam cogitar das amarguras.

        Se buscarmos raciocinar logicamente sobre o assunto, considerando a imortalidade da alma, chegaremos à conclusão de que a fuga dos problemas, é, no mínimo, infantilidade da nossa parte.

        Jamais tivemos notícia de alguém que, tendo se utilizado de um desses artifícios, tenha logrado êxito, conseguindo que os problemas se diluíssem.

        Nem o álcool, nem o cigarro, nem as viagens, nem as compras, e tampouco o suicídio conseguem nos livrar das circunstâncias desagradáveis que necessitamos enfrentar de cara limpa e consciência lúcida.

        O que pode acontecer em tais casos, é o agravamento da situação, com o nosso comportamento inconseqüente.

        A melhor e mais acertada atitude, é buscar asserenar a mente para bem raciocinar e melhor agir na busca de soluções efetivas.

        Quando nos comportamos como crianças rebeldes só teremos, logo mais, os problemas aguardando a solução, e mais o agravamento provocado pela nossa rebeldia.

        Dessa forma, sejamos cristãos também nas horas do testemunho. Busquemos imitar o Mestre que dizemos seguir, pois Ele, mesmo sofrendo açoites e injúrias, manteve o olhar sereno e a mansuetude nos gestos, demonstrando sabedoria e lucidez diante das situações mais graves.

        Nos momentos de tormentos, diante de problemas sérios, quando nos venha o impulso para a fuga, detenhamo-nos por alguns instantes.

        Elevemos o pensamento, buscando Jesus nas paragens celestiais e aconcheguemo-nos no Seu abraço afetuoso, junto ao Seu coração magnânimo.

        Se a nossa confiança é ainda vacilante, peçamos ajuda ao Irmão Maior, que disse para que tomássemos o Seu fardo que é leve e que experimentássemos o Seu jugo que é suave.

        Agindo assim, ainda que não logremos a solução imediata dos nossos problemas, teremos uma certeza: não os estaremos agravando ainda mais.

*   *   *

        Espera pelo amanhã, quando o teu dia se te apresente sombrio e apavorante.

        Aguarda um pouco mais, quando tudo te empurrar ao desespero.

        Confia. Pois a Divindade possui soluções que desconheces para todos os enigmas da vida.

        Ama a vida e vive com amor, apesar de às vezes te sentires incompreendido, desiludido e martirizado...

        Ouve a voz suave do Meigo Nazareno a dizer: Nunca estarás a sós.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.
Em 31.12.2008.

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