Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Confidências

Existem pais que se esmeram na educação dos seus filhos. Não perdem nenhuma oportunidade. As mínimas coisas são motivo de ensinamento.

Lemos, recentemente, o depoimento de um executivo muito bem sucedido.

Ele teve o prazer de ouvir da boca de um amigo: Gosto muito de vir à sua casa. É um lugar onde posso dizer tudo o que quero, com a certeza de que você não passará adiante.

Confessava o executivo que o elogio cabia muito mais à sua mãe do que a ele próprio.

Recordava-se de que, quando tinha mais ou menos oito anos de idade, surpreendeu uma conversa entre sua mãe e uma amiga.

Ele brincava do lado de fora da janela aberta da sala, enquanto ambas conversavam. A senhora em questão, pesarosa, revelava coisas muito íntimas e sérias a respeito de seu filho.

Como toda criança, ele aguçou os ouvidos o quanto pôde para não perder nenhuma vírgula do relato. E, quanto mais baixava a voz a confidente, mais ele estendia as antenas da audição.

Quando a visitante saiu, sua mãe, que percebera que ele tudo ouvira, o chamou e lhe disse:

Meu filho, se a senhora Silva tivesse deixado a sua bolsa aqui, hoje, nós a daríamos a outra pessoa?

Prontamente, ele respondeu:

Claro que não!

A mãe prosseguiu:

Pois o que a senhora Silva deixou hoje aqui é uma coisa muito mais valiosa do que a sua bolsa. Ela nos contou uma história cuja divulgação poderá prejudicar muita gente.

Da mesma forma que a bolsa, ela não nos pertence. Por isso, não a podemos transmitir a ninguém. Não a daremos a quem quer que seja. Você compreendeu?

O garoto assentiu com a cabeça. E a lição lhe serviu para a vida. Ele cresceu, cultivando o respeito a quaisquer confidências de que fosse o ouvinte.

Até mesmo a bisbilhotices, fofocas que um amigo, cliente ou conhecido lhe trouxesse. Ali mesmo elas morriam - o que lhe valeu o respeito e a confiança de muitos.

Concluía o executivo dizendo que, por vezes, ao se surpreender prestes a passar adiante alguma coisa ouvida, imediatamente lembrava-se da bolsa da senhora Silva e fechava a boca.

*   *   *

A vida é feita de oportunidades. A educação no lar é valiosa.

Por ser informal, isto é, não obedecer a rígido currículo, mas se valer das chances que surjam no dia a dia, devem os pais se mostrar atentos, não deixando escapar nenhum fato, nenhuma ocorrência.

Quem investe na educação do filho, pode guardar a certeza de que ele poderá partir para longe, singrar os mares, voar pelo mundo, alçar o voo da notoriedade, mas as lições profundas, recebidas no lar, permanecerão como roteiro de vida.

Não há quem não recorde, em momento especial de sua vida, as lições que recebeu no berço. Os gestos, as atitudes, as palavras dos pais permanecem vivas, apesar e além do tempo.

Basta que nos demos conta do que se passa conosco mesmos, que já abandonamos o colo dos nossos pais há alguns anos.

Não são os seus exemplos e suas orientações que nos norteiam em muitas decisões?

Quantas vezes nos surpreendemos a dizer: Mamãe tinha razão. Bem dizia meu pai.

Lições no lar. Inesquecíveis.

Redação do Momento Espírita, com base no
 cap.
A bolsa, do livro E, para o resto da vida, de
 Wallace Leal Rodrigues, ed. O Clarim.
Em 10.5.2022.

 

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