Jesus inovou o pensamento religioso ao apresentar Deus como Pai amoroso.
Antes Dele, vigorava a concepção de um deus ciumento, colérico e vingativo.
Entretanto, costuma causar perplexidade que os filhos de um Deus de amor estejam sempre a braços com o sofrimento.
Viver constitui uma tarefa trabalhosa.
As criaturas estão sempre às voltas com desafios e angústias.
Por mais afortunado que alguém pareça, ele experimenta alguns padecimentos.
A Divindade realmente criou todos os seres para que sejam felizes.
Ocorre que a ordem cósmica não foi estabelecida para comportar a felicidade do egoísta e do preguiçoso.
O Universo é dinâmico e os seres precisam tomar gosto pelo trabalho, a fim de colaborarem com o progresso.
O aprimoramento das condições físicas e morais da vida dá-se por obra dos homens, que devem fazer a sua parte.
Todos são confrontados com desafios para que se fortaleçam, cresçam e melhorem.
Nesse processo de aprendizado, cada um responde pelo uso bom ou mau que faz de seu tempo e de seus recursos.
Considerando que o egoísmo ainda é bastante presente na Humanidade, não causa espanto que haja muito para resgatar.
Daí surgem os espetáculos de graves enfermidades e dores.
Contudo, o propósito da Lei não é punir, mas educar, corrigir.
Ela deseja levar o faltoso à reparação e ao bem, não à dor.
O padecimento dura o tempo necessário a que o desejo de reparar comece a produzir frutos.
Não basta se arrepender e sofrer moral e fisicamente.
Todo mal feito deve ser reparado para que a paz se instale no íntimo da criatura.
O equilíbrio, a paz e a saúde são reflexos da harmonia com a ordem cósmica.
No contexto da mesma existência física, o ideal é que a reparação se faça plena para a mesma pessoa que foi lesada.
Ao assumir os próprios erros, sem disfarces, o equivocado enfrenta seu orgulho e sua vaidade e progride.
Entretanto, nem sempre é possível reparar diretamente.
Às vezes, quando a consciência do equívoco surge, o ofendido não mais está próximo.
Há também erros cometidos em outras existências físicas, cujas vítimas perdoaram e seguiram em frente.
A rigor, os erros são cometidos contra a Ordem Cósmica, representada em certo contexto por quem foi a vítima do ato.
O compromisso é assumido com a vida e em face dela deve ser saldado.
Desse modo, o importante é tomar gosto pelo bem e fazer-se um agente do progresso.
Amparar os desgraçados do mundo, quem quer que sejam.
Perdoar as ofensas, compreender as fragilidades alheias e dar exemplos de trabalho, pureza e bondade.
É exatamente esse o propósito da Lei: que o bem surja no íntimo das criaturas e se exteriorize mediante atos dignos.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 10.06.2010.