Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone Indulgência
 

A indulgência é um dos sentimentos mais elevados que pode ser desenvolvido pelos seres humanos.

Caracteriza-se pela compaixão que se demonstra pelo próximo e pelas suas imperfeições.

Permite que perdoemos as ofensas que nos atingem.

Ao mesmo tempo, proporciona ao ofensor a possibilidade de reabilitar-se por meio de ações meritórias que o ajudam na reconquista de si mesmo.

É a mensageira angelical que entoa hinos de ternura aos ouvidos daqueles que sofrem.

Se alguém mostra-se um acusador cruel e rebelde, atacando os demais com injúrias e recriminações violentas, também ele é merecedor de indulgência.

Tais distúrbios de comportamento expressam, em verdade, o estágio de inferioridade pelo qual ele transita infeliz.

Se outro esmaga o fraco que se encontra sob sua dependência, também este opressor demonstra estar necessitando de grande dose de indulgência.

Seu transtorno emocional, capaz de fazê-lo comprazer-se com essa espécie de violência, por certo, está a ponto de enlouquecê-lo.

Se uma pessoa se alegra com o sofrimento daquele que elegeu como adversário, perseguindo-o sem trégua, carece também ele de indulgência.

Esta bênção funcionará para o desequilibrado como bálsamo a apaziguar a aflição em que se debate.

Se a criatura é ingrata e soberba, esquecendo-se de todo o bem que tem recebido, porque se encontra momentaneamente em posição confortável, também esta prova ser carecedora da indulgência.

Esta virtude será o melhor recurso para que tal enfermidade moral estanque no nascedouro.

Se este outro é rude e presunçoso, esquecido das próprias limitações, somente a indulgência para com ele será capaz de demonstrar-lhe a ruína moral em que se encontra.

Indulgência para com os outros, eis aí um dos mais significativos convites que nos deixou o Mestre Nazareno.

Porquanto, no grau evolutivo em que nos encontramos, não há aquele que não necessite recebê-la durante a caminhada terrestre.

A indulgência espalha a oportunidade de reabilitação ao ofensor, mas também pacifica o coração daquele que a oferece.

Sem indulgência a vida terrena perde o seu significado e o ser humano torna-se joguete de paixões que desencadeiam consequências nefastas.

Graças à indulgência o ser edifica-se e se engrandece, entesourando paz e alegria de viver.

*   *   *

Indulgente para com as misérias humanas, o Cristo veio ter com as criaturas para auxiliá-las no árduo caminho do progresso.

Desde sempre suporta nossas imperfeições com amor e compreende-as com misericórdia.

Consciente de que a libertação do erro e a ruptura das algemas dos instintos agressivos são processos lentos, Jesus jamais Se irritou ou desanimou.

Em momento algum demonstrou cansaço ou perturbação.

Nas ocasiões em que Se mostrava enérgico, evitou a rispidez e a agressividade, tão comuns ainda em nossos atos cotidianos.

Além disso, o Mestre jamais necessitou da indulgência de ninguém.

Ele tomou Sua cruz e plantou-a no monte da adversidade humana, sem queixas, nem lamentações.

Mesmo no momento derradeiro, traído e abandonado, Ele Se manteve indulgente e compassivo.

Perdoou, de forma incondicional, a perversidade daqueles que haviam recebido Dele Seu inefável amor.

Sem cobrança, nem lamúrias, exemplificando de modo inquestionável a virtude que nos concita a exercer e a conquistar.

Desde agora e para sempre.

Redação do Momento Espírita com base no
 capítulo 34 do livro Lições para a felicidade,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
 de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 01.03.2010.

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