A oração deve ser a expansão da alma para com Deus. É uma conversa muito íntima, uma meditação.
É, por excelência, o refúgio dos aflitos e de todos os corações magoados.
Nas horas de tristeza, de pesar, quem já não encontrou na prece a calma e o alívio?
É nesses momentos que acontece um diálogo profundo entre a alma que sofre e a Divindade.
A alma fala das suas angústias, dos seus desânimos, pede socorro.
Então, no altar da consciência, uma voz responde. É a voz do Pai de onde vem as forças para a luta, o medicamento para as feridas abertas e a luz para os caminhos escuros.
Essa voz consola, reanima, traz coragem.
Depois dessa conversa tão profunda, a alma se ergue menos atormentada e menos triste.
É como se um raio de sol trouxesse a esperança, modificando a paisagem de sombras.
A linguagem da prece varia conforme as necessidades do Espírito. Pode ser um grito, um lamento, um desabafo, um balanço geral dos próprios atos. Um simples pensamento, uma lembrança, um olhar dirigido para o Céu.
Não existem horas determinadas para a prece. Toda vez que sentirmos a alma emocionada, agitada por um sentimento profundo, é o momento de orar.
Podemos orar à beira dos mares, deixando a alma extravasar sua poesia ao ritmo das ondas que morrem na areia. Podemos orar na claridade do dia ou à noite, sob o céu estrelado e a luz da lua.
A nossa prece pode se erguer aos Céus do meio dos campos, entre o trigo que balança as espigas maduras ao vento ou nos bosques, no silêncio das florestas, nas estradas desertas.
Em verdade, tudo ora e tudo celebra a alegria de viver. Se nos dispusermos a ouvir, poderemos unir a nossa prece ao concerto que parte da Terra e busca Deus no Infinito.
Em toda parte, em todos os lugares, poderemos ouvir o cântico da terra que se dirige ao Criador.
Os oceanos erguem suas vozes e os desertos murmuram. A profundeza dos bosques, o farfalhar das folhas do arvoredo tudo entoa um cântico de gratidão à vida.
Agradecidos pelo dom da vida, que possamos pedir a Deus que nos dê amor ao trabalho, que é o dever de todos sobre a Terra; que ajude a nos esclarecer sobre as nossas imperfeições, essas que enfeiam a nossa alma e adiam o nosso progresso, para que fortalecidos pela Sua generosidade, vençamos os obstáculos que impedem a vitória da verdade sobre o erro, da fraternidade sobre o egoísmo.
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A prece feita em conjunto é como um feixe de vontades, de pensamentos e perfumes que se dirige para o Criador.
Se pudéssemos avaliar o verdadeiro efeito produzido pelas preces sinceras, oraríamos muito mais porque orar com amor pelos infelizes é uma das mais eficazes formas de caridade.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 51 do
livro Depois da morte, de Léon Denis, ed. FEB.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 25, ed. FEP.
Em 9.9.2013.