Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone O Representante Celeste

 

O Evangelho de Lucas conta que, respeitando a tradição, Maria e José levaram Jesus ao Templo de Jerusalém, a fim de que o menino fosse apresentado ao Senhor.

Naquela cidade havia um ancião de nome Simeão que havia recebido um aviso, através de sua mediunidade intuitiva, de que ele não morreria sem que visse o Cristo, o ungido de Deus.

Por isso, todos os dias, ele comparecia ao Templo de Jerusalém e ficava observando os casais chegarem com os seus meninos nos braços. Guardava a certeza de que quando o Cristo aparecesse, ele seria avisado.

Assim, naquele dia, ao ver José, Maria e o bebezinho no colo materno se aproximou e pediu para tomar a criança nos braços.

Os mensageiros celestiais não o haviam enganado. Ele estava carregando nos braços o Cristo. Conhecedor das escrituras, ele se afastou alguns passos do casal, e contemplando o garotinho lhe perguntou:

Celeste menino, por que é que nasceste na palha humilde da manjedoura já que vieste para representar os interesses do eterno Senhor da Terra?

Por que não nasceste ao lado do imperador Augusto, para defender o flagelado povo de Israel?

Longe dos senhores romanos, como é que garantirás a causa dos humildes e dos justos?

Por que não escolheste nascer entre os magistrados? Assim, poderias Te movimentar entre legionários e tribunos, visando a libertação.

Jesus menino o escutou e lhe mostrou um sublime sorriso. O ancião, com os olhos úmidos pelo pranto da emoção, continuou:

Dize-me, criança, onde representarás os interesses de Nosso Pai? Haverás de Te sentar ao lado dos poderosos? Escreverás novos livros da sabedoria?

Será que improvisarás discursos que tornem pequenos os maiores oradores de Roma e de Atenas? Acaso, conseguirás amontoar dinheiro suficiente para redimir todos os escravos que sofrem?

Por acaso, erguerás um novo templo de pedra, onde o rico e o pobre aprendam que são filhos de Deus?

Houve um longo intervalo. A criança lhe sorria. Sacudia os bracinhos, entre os panos em que estava envolta.

Finalmente, Simeão perguntou:

Dize-me, ó divina criança, onde representarás os interesses do Nosso Supremo Pai?

O menino ergueu, então, a pequenina mão direita e bateu, muitas vezes, naquele peito envelhecido que se inclinava já para o sepulcro.

Nesse momento, Maria se aproximou e retomou Jesus nos braços.

Somente depois da morte do corpo é que Simeão veio a saber que o menino celeste lhe dera a resposta.

No gesto silencioso, Ele quisera dizer que não vinha representar os interesses do céu nas organizações terrenas, por mais respeitáveis que fossem.

Ele, Jesus, vinha da casa do Pai para O representar na Terra, no coração dos homens.

*   *   *

As sementes do reino dos céus estão dentro de nós. Descubramo-las e as tratemos com a água da nossa boa vontade, o sol do nosso esforço e a terra especial do nosso desejo do bem, a fim de que frutifiquem em esperança e paz para a Humanidade.

Redação do Momento Espírita com base no cap. Três horas,
do livro Remotos cânticos de Belém, de Wallace Leal
 V. Rodrigues, ed. O clarim.
Em 11.12.2009.

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998