Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone Cães de guarda
 

O cão tem sido, ao longo do tempo, apresentado como companheiro do homem, exemplo de fidelidade. O mundo pôde ver a cadela Baltique, da raça Labrador, acompanhar fielmente o enterro do seu dono, o Presidente da França, François Miterrand.

Raras são as crianças que não têm um cãozinho para brincar. Um Poodle, Bassê, um simples vira-lata.

Alguns cães têm uma infinita paciência. A criança os puxa, aperta, abraça, dá ordens. Andam no triciclo com o menorzinho da casa, passeiam no carro com o patrão.

Alguns se submetem a virarem um tipo de boneco e se deixam colocar nos carrinhos de bebês, como se bebês fossem, participando da brincadeira de faz de conta. As crianças os chamam de seus filhinhos e falam com eles, crendo que tudo entendem.

São famosas as histórias, imortalizadas nas telas do cinema e da TV, de cães que deram sua vida na defesa do ser humano. Dos que morrem tristonhos sobre os túmulos dos seus donos. Dos que, treinados, conduzem cegos, salvam vidas nos incêndios, nos terremotos, na neve.

O grande gênio Walt Disney criou um romance entre cães e até hoje nos encantamos com A dama e o vagabundo.

Fofinhos, travessos, brincalhões, os cães de estimação não saem de moda.

O que têm aumentado em número assustador são os cães de guarda. Não os bons e velhos cães de guarda, ao mesmo tempo companheiros fiéis dos seus donos.

Uma outra classe bem diferente. Em nome da violência que invade os lares, as pessoas erguem muros altos, instalam alarmes, contratam vigias. E compram um cão de guarda, escolhido entre as raças mais agressivas.

Alguns cães têm a mordida igual ao impacto de uma tonelada.

Os treinadores e os criadores afirmam que cães bem criados não atacam pessoas inocentes. Dizem que um cão de guarda é dotado do dom de diferenciar a voz de um criminoso da de um homem bem intencionado.

Com isto cresce não somente a procura por cães sempre mais agressivos, mas também os treinamentos a cada dia mais violentos.

Os cães se transformam em verdadeiras armas de guerra.

Um animal com instinto agressivo apurado por uma série de cruzamentos e submetido a treinamentos que o condicionam à violência, pode ser controlado durante muito tempo. Mas não durante todo o tempo.

Assim, crianças e adultos, vez ou outra, são apanhados de surpresa e recebem mordidas de arrancar orelhas, quebrar ossos, traumatizar para o resto da vida.

*   *   *

Muitos de nós temos uma fera em nosso interior. Chama-se temperamento. Muitos desenvolvemos essa ferocidade, educando-nos para agredir, ferir, destruir.

Transferimos para os animais essas disposições, através de treinamentos e exigências.

Um dia, de repente, tais disposições poderão se voltar contra o próprio cultivador e despedaçar-lhe a vida.

Precaução, sim. Prudência. Medidas de cautela.

Contudo, se confiarmos nossa segurança a um cão treinado para a agressão, teremos que nos responsabilizar pelos seus atos perante a Lei de Deus e dos homens.

É que temos sob nossa guarda os animais, que foram colocados por Deus, no mundo, para nos auxiliar. Se os transformamos em assassinos potenciais, agressores, estamos interferindo nas Leis naturais.

Por vezes, uma pequena negligência ou o despreparo para lidar com tais cães, pode permitir que eles firam pessoas.

A responsabilidade é sempre dos donos pela infelicidade ou dor que causarem a terceiros.

Redação do Momento Espírita, com base em artigo publicado na r
evista Veja, de 17.01.1996 e no cap. 24 do livro Panoramas da
vida, pelo Espírito Ignotus, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 05.12.2009.

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