Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Responsabilidade da palavra

Certa vez, um escritor americano travou uma verdadeira batalha verbal com o diretor de um filme.

É que um amigo dele fora assassinado por um casal que se inspirara nos dois personagens psicopatas do filme daquele diretor.

O fato nos leva a ponderar acerca da responsabilidade do que apresentamos para divulgação, sejam imagens, fotos ou mensagens escritas.

Certamente, assuntos que defendamos, temas que veiculemos, promoverão pensamentos e atos nas pessoas que deles tomarem conhecimento.

Se fomentarmos a violência, a agressão, o desrespeito, teremos uma parcela de responsabilidade pelas pessoas que venham a ser influenciadas por elas.

O célebre escritor russo Léon Tolstoi disse do seu arrependimento pela heroína que criou, Anna Karenina, que levou jovens, à época, a lhe seguir o trágico exemplo suicida.

Por isso mesmo, advertiu Jesus: Seja o vosso falar sim, sim; não, não. O que quer dizer definir posições e assumir responsabilidades.

Somos responsáveis pelas imagens que projetamos nas mentes alheias. Se incentivarmos ao mal, ele nos atingirá como lei de causa e efeito, e o mesmo se dará se divulgarmos o bem.

Francisco de Assis, um dia, escreveu poemas de amor à natureza. Chamou de irmãos ao sol, à lua, às estrelas, à água.

Escreveu um poema ao fogo, nos momentos que antecederam ter suas faces queimadas, num processo considerado eficaz para lhe curar a infecção ocular.

Meu irmão fogo, és nobre e útil entre todas as criaturas do Altíssimo.

Sê bondoso comigo nesta hora. Durante muito tempo te amei.

Rogo a nosso Criador que te fez para que tempere teu calor a fim de que eu possa suportar.

Uma prece que nos leva à resignação ante a dor. Um cântico de fé e esperança.

A oração da serenidade, por sua vez, quanto de ventura tem semeado nas vidas. Tantas bênçãos que não podemos aquilatar, no seu asserenar mentes e corações.

Quantas criaturas a têm repetido, em momentos de incertezas, de acabrunhamento, de dificuldades?

Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária, para aceitar as coisas que não posso modificar.

Coragem, para modificar aquelas que posso.

E sabedoria, para distinguir umas das outras!

Dessa forma, falemos o bem. Escrevamos o bem com as palavras simples que brotam do nosso coração.

Teçamos versos delicados que exaltem o belo, que falem de Deus, da ventura de viver, da Imortalidade, da alegria de ser herdeiro do Universo.

Um Espírito iluminado escreveu que quando Jesus pronunciou a palavra amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

Que palavras podemos pronunciar que modifiquem vidas, que estabeleçam esperança e alterem maus propósitos?

Semeadores de ventos ou de brisas leves - o que pretendemos ser?

Pensemos a respeito e permitamos que de nossos lábios somente saiam as palavras que edificam. De nossas mentes, projetemos as imagens que falem do que é bom e grandioso neste mundo.

Redação do Momento Espírita, com
transcrição de frase do cap. XI, item 8, de
 O Evangelho segundo o Espiritismo, ed. FEB.
Em 9.11.2021.

 

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