Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Oferecer a outra face
 

Um dos conceitos intrigantes de Jesus é Sua proposta de, quando alguém nos bater em uma face, oferecer a outra.

Ao analisarmos literalmente tal passagem contida nos Evangelhos, vemos ser irracional ficar oferecendo a face para que outro, tomado de violência, nos agrida fisicamente.

Conclui-se, pois, que Jesus não estava nos falando do aspecto físico da bofetada, e nem nos recomendando nos colocarmos, indefesos, frente à violência alheia.

É natural que a ofensa a que Jesus se referia era a do aspecto moral, emocional. São as bofetadas que levamos pela agressão verbal do próximo, pelo discurso provocativo do outro ou, ainda, pelo verbo voraz de quem se nos acerca.

Oferecer a outra face, diz-nos, na intimidade, para oferecer outra possibilidade em nossos relacionamentos, outra maneira de nos conduzir em relação ao próximo.

São frequentes as dificuldades que temos ao nos relacionar, por exemplo, com alguém de nosso meio familiar. Às vezes, nossas observações e frases que em qualquer momento parecem tão naturais, com os familiares se transformam em contenda ou dissensões, brigas e altercações.

Nesses momentos é que se faz necessário oferecer a outra face. Se nos surge um relacionamento difícil, seja na família, no trabalho, no ambiente social, não há nada melhor do que nos propormos a modificar a situação.

Experimentemos, nessas oportunidades, abordar de maneira diferente a pessoa, respeitar posicionamentos, entender valores, compreender suas ações.

Ao modificar nosso olhar a respeito das atitudes de quem nos irrita, estaremos oferecendo uma nova face para o relacionamento.

Se somos nós os capazes de irritar o próximo, alterando o ambiente de convivência, a ponto do relacionamento ser difícil, proponhamo-nos oferecer a outra face.

Evitemos, na presença de quem nos é difícil, as situações que provoquem contendas. Evitemos assuntos, valores ou posicionamentos extremos.

Sem a necessidade de fingir, mentir ou dissimular, ofereçamos maneiras mais amenas e suaves, nova possibilidade de comunicação, como quem mostra a outra face de um mesmo rosto.

A vida é um convite constante de aprendizado no relacionamento humano. E somente através da vida de relação teremos o ensejo de aprender a amar ao próximo.

Quando exercitarmos o perdão, a compreensão, o entendimento para com o próximo, estaremos no aprendizado do amor.

E sendo Amar ao próximo como a si mesmo a maior Lei de Deus, percebamos que, todos os dias, a vida está a oferecer chances para que o sentimento amor, nas suas mais variadas vertentes, possa ganhar raízes na intimidade de nosso coração.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 24.08.2009.

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