Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Autodesarmamento
 

Muitos têm sido os esforços empregados para se conseguir o desarmamento infantil.

Uma situação que até bem pouco tempo não era percebida, ou era ignorada, agora é alvo da preocupação de pessoas e instituições filantrópicas.

Foi preciso que várias desgraças se sucedessem para despertar a atenção da sociedade para essa triste realidade.

Pais que até então fomentavam o arsenal dos filhos com armas de brinquedo, perderam o controle, desde que os filhos começaram a buscar nos arsenais dos próprios pais, armas que não são de brincadeira, para brincar de mocinho e bandido.

Mas como a educação depende do exemplo, chegou-se à conclusão de que era preciso desarmar também os pais, e criou-se uma lei que considera crime o porte ilegal de armas.

Assim, tirando a arma de pais e filhos, ou de adultos e crianças, pensa-se que o problema estará resolvido.

Será que estará resolvido mesmo? Será que basta tirar a arma das mãos de alguém para desarmá-lo?

Se fossem eliminadas todas as armas da face da Terra, ainda assim nós continuaríamos armados uns contra os outros, pois a violência está dentro do indivíduo que é violento.

Quantas pessoas que jamais tocaram numa arma e já destruíram tantos sonhos e esperanças, pela forma agressiva de ser!

Basta olharmos nos olhos de muitas das nossas crianças para perceber o quanto estão armadas.

O olhar agressivo, os gestos brutalizados, o comportamento irreverente e inconsequente, dão mostra de quão armados continuam nossos filhos, mesmo sem empunhar uma arma.

O mesmo ocorre com os adultos, pois é desses que as crianças copiam a maneira de ser.

Pais que se dirigem aos filhos sempre aos berros, que atiram as coisas com brutalidade, batem portas, esmurram mesas são exemplos vivos de violência, sem porte de armas.

Genitores que agridem os filhos até a morte, pois fazem das mãos e pés verdadeiras armas.

Todas as medidas coercitivas tendem ao insucesso quando não acompanhadas de medidas educativas de profundidade, de conscientização dos indivíduos.

Se o porte ilegal de armas é crime, a violência é imoral e contrária às leis de Deus.

*   *   *

É importante que nos dediquemos ao desarmamento infantil, começando por nos desarmar interiormente, empreendendo esforços por domar a fera que insiste em permanecer em nossa intimidade.

Agindo assim, perceberemos que em pouco tempo mudaremos a feição da sociedade. Pois se a violência é geradora de violência, a paciência, que é a ciência da paz, fomentará a paciência.

*   *   *

Não basta tirar a arma de alguém para desarmá-lo. Quem quer agredir não depende de armas, lança mão de qualquer objeto ao seu alcance. É preciso que o nosso comportamento seja harmonioso e complacente.

É imperioso que nos desarmemos intimamente. Agindo assim, daremos o exemplo às crianças que passarão a nos imitar os gestos e, mesmo com uma arma na mão, não agredirão a ninguém, já que lhes faltará o impulso para tanto.

Empreendamos assim, uma campanha de autodesarmamento, de desarmamento interior, e lograremos êxito em muito pouco tempo.

Redação do Momento Espírita.
Em 15.07.2009.

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