Não és tu um dos companheiros deste homem? Indagou uma serva.
Estás enganada, não sou.
Não vieste socorrer o teu Mestre? Indagaram outras pessoas junto a um braseiro.
Que Mestre? Nunca fui discípulo deste homem.
É este!... É bem o discípulo que nos atacou à espada, entre as árvores do Horto, gritou um soldado.
Estás enganado amigo! Vê que isso não seria possível.
* * *
Esta é uma das passagens mais conhecidas sobre Pedro: o fato de ele ter negado Jesus.
O ser humano, infelizmente, ainda guarda a parte negativa das pessoas, não percebendo o que há de bom em cada uma delas.
Simão era o seu nome. Bar Jonas, por ser filho de Jonas.
Era um simples pescador do Lago da Galiléia. De estatura mediana, mas extremamente forte, de barbas endurecidas pelos ventos e tempestades.
Após conhecer o Mestre Nazareno, dedicou-Lhe toda atenção, acolhendo-O em sua modesta casa de pescador, junto à sua família.
Se a multidão de necessitados procurava o Mestre e ameaçava esmagá-Lo, era Pedro que se interpunha e O protegia.
Quando Jesus pregava para o povo nas sinagogas, na beira do lago ou nas montanhas, ele ficava de olhos fixos no Mestre, embevecido com a Sua mensagem.
Pedro foi um dos principais personagens do Novo Testamento. Na maioria dos acontecimentos ele estava presente. Na transfiguração de Jesus no Monte Tabor, nas inúmeras curas feitas pelo Mestre, vamos encontrar o amigo sempre dedicado e atencioso.
O próprio Jesus o perdoou por tê-Lo negado, dizendo que o homem do mundo é mais frágil do que perverso, porque conhecia a debilidade das almas, que considerava Suas ovelhas bem-amadas.
Assim era Pedro, possuidor de fragilidades, mas com a alma sempre afável disposta a ajudar a todos quantos o buscavam.
Mas foi após a partida de Jesus que Pedro mais se revelou, erguendo a Casa do Caminho, para atender a toda sorte de necessitados.
Na Casa do Caminho o sofrimento encontrava lenitivo. Eram velhos ulcerados, loucos, crianças paralíticas, e outros enfermos do corpo que ali descansavam e se refaziam.
Quando Pedro fora preso, todos os doentes capazes de se moverem, cercaram-no chorando comovidamente. Algumas crianças o chamavam de pai. Anciões trêmulos afagavam-lhe as mãos.
Quem se compadecerá de nós agora?! Perguntava uma velhinha debulhada em pranto.
Meu pai, onde vão levá-lo agora? - Dizia um órfão afetuoso, abraçando-se ao prisioneiro. Assim era Pedro, o amor em pessoa.
Pelas suas mãos muitos foram curados. O povo lhe prestava grandes louvores, e cada vez aumentava a multidão de necessitados a procurá-lo em busca de alívio para suas dores.
Pedro, como tantos outros apóstolos do Cristianismo nascente, não se furtou ao testemunho por amor ao Cristo.
Foi perseguido, preso, e sofreu todo tipo de humilhações em nome do Evangelho.
Como último gesto de humildade, não aceitou ser crucificado como o Seu Mestre, pediu para que o crucificassem de cabeça para baixo, pois não se julgava merecedor de morrer como morrera o Mestre amado.
Redação do Momento Espírita.
Em 12.06.2009.