Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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Um homem, sentado ao lado do caixão daquela que fora sua companheira por muitos anos, olhava o corpo inerte, com o coração amargurado e triste.

Mergulhado em pensamentos profundos, percebeu que em sua mente se desenhavam formas belas e brilhantes, leves e agradáveis que lhe traziam alento ao coração.

Diante de tanta beleza ousou perguntar que eram aquelas formas.

Elas lhe responderam que eram as palavras que ele poderia ter dito para a esposa.

Fiquem comigo! - implorou ele. Apesar de cortarem meu coração como um punhal, fiquem comigo, pois agora ela está fria e eu estou me sentindo tão sozinho.

Mas elas responderam, com firmeza:

Não, não podemos ficar porque não temos existência. Somos apenas luz que nunca brilhou.

E desapareceram de sua tela mental.

O homem continuou triste e pensativo. De repente, outras formas se lhe desenharam na consciência. Eram formas terríveis, amargas e sem vida.

Quem são vocês? Perguntou, espantado.

Nós somos as palavras que ela ouviu da sua boca a vida inteira.

O homem gritou estremecido: Saiam daqui, me deixem só!

No entanto, elas permaneceram ali, em silêncio, desenhando-se constantemente em sua memória.

*   *   *

Quantos de nós, desatentos, deixamos passar muitas oportunidades de acender luzes ao nosso redor, no convívio diário com aqueles a quem dizemos amar.

Quantas vezes deixamos passar o momento de dizer o quanto as suas vidas significam para a nossa vida.

Quase sempre, as palavras gentis, bem elaboradas, elogiosas fazem parte do nosso vocabulário, porém não as utilizamos com os que estão conosco, em nosso lar.

Nós nos servimos delas para com os amigos, os colegas de trabalho, as pessoas que vemos vez ou outra, em reuniões sociais ou eventos de qualquer ordem.

Raramente nos recordamos de dirigi-las aos nossos amores mais amados.

Muitos guardamos a crença de que eles sabem que os amamos e se os tratamos com muito rigor, é porque lhes queremos bem e lhes desejamos aprimorar o caráter.

No entanto, o amor não vive sem flores de afeto, sem o sol das carícias, sem a água fresca das palavras que demonstram os nossos sentimentos.

Não permitamos que os anos se escoem e nossa indiferença prossiga a estabelecer frieza e distância no seio familiar.

Tenhamos, a cada dia, uma palavra de incentivo, uma palavra que lembre ao cônjuge, aos filhos, que os amamos, que eles são luz em nossa existência.

Digamos, todo dia, sem temer a repetição, que os amamos. Surpreendamo-los com a frase: Sabe que eu amo você?

Sabe como você é importante para mim?

Alimentemos nossas relações familiares com o adubo do amor depositado muitas vezes ao dia.

Se a morte levar um deles, guardemos a certeza de que todas as palavras de ouro, luz e paz que lhes dissemos os acompanharão, como um cortejo de bênçãos, para a Espiritualidade.

Nós ficaremos com essas doces lembranças, como sombras luminosas, alimentando nossas horas até que os tornemos a reencontrar, do outro lado.

Pensemos nisso. Comecemos hoje, agora, enquanto o dia é propício e os amores estão conosco.

Redação do Momento Espírita, com história extraída do cap.
Mães, pais, maridos e mulheres, item Lembrete, adaptação
 de Laura E. Richards, de
O livro das virtudes, v. II, de
 William J.  Bennett, ed. Nova Fronteira.

Em 29.7.2021.

 

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