Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone Rogativa do culpado

Caro amigo:

Desejo pedir perdão pelo mal que te fiz.

Infelizmente, naquela ocasião, eu me encontrava infeliz, mal comigo mesmo, sem a capacidade de discernir entre o bem e o mal. O que deveria e o que não deveria fazer.

Reconheço que te magoei com a minha insolência e desequilíbrio, te causando sofrimentos desnecessários.

Aprendi a lição da dignidade, após atravessar os caminhos sombrios do remorso, procurando reparar a culpa, tentando reabilitar-me através das boas ações, a fim de me encorajar a te pedir perdão.

Reconheço que é mais infeliz aquele que acusa indevidamente, aquele que comete o erro de ofender o outro do que a sua vítima.

Quando o ofendido supera a situação deplorável, se eleva no rumo da iluminação, enquanto o seu adversário mergulha no abismo do desequilíbrio, assinalado pela culpa de que não se consegue libertar.

Tem piedade, portanto, de mim, conforme hoje dou-me conta da própria inferioridade.

Sei que não será fácil compreender tudo quanto sinto e gostaria de te dizer...

No entanto, prossegue na tua jornada, olhando para trás e estendendo a mão para mim, em socorro, eu que me encontro na retaguarda.

Desejo, porém, que saibas quanto estou feliz por poder haver chegado a esta conclusão, a este momento, conseguindo te dizer, embora em poucas palavras, o que me vai na alma, reabilitando-me, pelo menos um pouco, do mal que te fiz.

*   *   *

Pedir perdão é vencer uma grande batalha dentro de nós.

É vencer o orgulho que, sempre, através das épocas, foi vencedor em nossa intimidade desequilibrada.

Pedir perdão, de coração, é grande passo na conquista do acerto final e completo com as Leis Divinas.

Há humildade em tal pedido. Também sabedoria.

Baixar a fronte. Reconhecer-se imperfeito, porém, perfectível, mutável.

Se pedíssemos perdão mais vezes, certamente seríamos mais felizes.

O pedido de perdão verdadeiro nos faz mais fortes, porque com ele vem o reconhecimento do erro, e a autoproposta de não mais errar.

No pedido de perdão vem o desejo do bem ao outro. Desejo exatamente oposto àquele que gerou toda a situação desastrosa entre as almas de um e de outro.

Por carregar tal aspiração, representa grande vitória do bem contra o mal.

Dessa forma, ao reconhecer que magoamos alguém, que prejudicamos alguém, disponhamo-nos a pedir perdão.

Procuremos o outro e, de alguma forma, demonstremos que estamos cientes do erro, que nos arrependemos do que dissemos, ou fizemos em seu prejuízo e que, agora, somente lhe desejamos o bem.

Não esperemos contrapartida. A vitória de quem sabe pedir perdão está dentro de si mesmo, e não depende da aceitação da outra parte.

Eventualmente, o outro não estará preparado ou disposto a nos conceder o perdão.

Isso, na essência, não importa. A nós, compete reconhecer o erro, pedir perdão, estabelecer o propósito de não tornar a cometer a mesma falta.

Finalmente, dependendo do que tenhamos dito ou feito, nos disponhamos a reparar o mal que tenhamos causado.

Quando tomarmos essa decisão, estaremos no início da grande jornada da felicidade, que é a paz de uma consciência íntegra.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro
  
O amor como solução, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
 de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 27.7.2022.

 

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