Na agitação dos dias atuais, as criaturas se assoberbam e angustiam, permitindo-se a depressão e o desespero.
As manchetes que chegam de Além-mar não são menos desconfortantes do que as que temos por aqui.
Se o assunto é o desemprego, as notícias vêm de todos os continentes. Se é a violência, eclodem do globo inteiro. Se é a desvalorização da vida, os fatos se generalizam.
Alguns pensam que é o final dos tempos, profetizado no Apocalipse. Outros pensam que é a decadência total do gênero humano.
Tudo isso é preocupante, não podemos negar. E não há dúvida de que as ameaças de bombas e explosões espalham o terror e o medo.
Entretanto, esse é o momento de meditarmos maduramente e observar de modo mais claro a situação, começando por nossa própria intimidade.
Preocupados com as circunstâncias externas, não nos damos conta de que as bombas mais tenebrosas e as explosões mais destruidoras são as que se dão na vida diária, quando o homem se converte em chacal do próprio homem.
Lançam-se bombas de indiferença e surgem explosões de frieza que soterram as nobres iniciativas, petrificando os melhores sentimentos que brotam na alma.
Montam-se bombas de vaidade e aparecem explosões de mágoas, capazes de infernar corações, destroçando as fontes generosas da vida.
Enxameiam as bombas de exploração alheia, propiciando condições para as explosões de miséria e carência, desarticuladoras do progresso.
Arrebentam-se bombas de ódios inomináveis, gerando explosões de revolta e rebeldia, danificando os ensaios de fraternidade e desmantelando entendimentos felizes, por fomentar a virulência das vinganças cruéis.
Estrondeiam bombas de maledicência e intriga, verificando-se explosões de agressão e violência que levam o indivíduo ao desequilíbrio e à loucura.
Instalam-se bombas de malquerença com explosões de intolerância e irritação, geradoras de peste que enferma as íntimas tecelagens da alma.
Forjam-se bombas de orgulho e cobiça, luxúria e lascívia, articulando explosões que rebaixam o caráter, envenenam o processo da vida sócio-moral dos indivíduos, que perdem excelentes oportunidades de bem conduzir as próprias vidas.
Assim pensando, concluiremos que toda ação desnorteadora que a individualidade impõe ao seu circuito social, se transformará em parcela de guerra, de destruição, de negativismo, somada às ondas mentais caracterizadas pela perturbação, alimentando escuridão em toda parte.
* * *
Mais do que nunca, o homem moderno precisa identificar-se com Deus, a fim de serenar seu mundo íntimo, de educar-se ética e moralmente, exercitando compreensão e respeito por si mesmo e pelo seu semelhante, seguindo decidido na escalada da luz.
É imperioso que construamos um mundo glorificado pela paz e pelo amor que tanto almejamos, começando nas províncias da própria alma, buscando nosso encontro e identificação com o Espírito do Cristo.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.30,
do livro Cintilação das estrelas, pelo Espírito Camilo,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 05.07.2010.