Momento Espírita
Curitiba, 26 de Novembro de 2024
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ícone Qualidade de vida

Muito se tem falado a respeito da qualidade de vida. Fazem-se comparações entre o passado e o presente. Fala-se das conquistas médicas, que possibilitam uma perspectiva maior de vida, do conforto que a tecnologia proporciona.

Tudo está correto. Contudo, estamos nos esquecendo de olhar para outro lado.

Referimo-nos aos idosos que são deixados entregues à ociosidade, ao não fazer nada.

Consideram alguns que basta ao idoso ter alimentação, estar asseado, ter um lugar para sentar, outro para dormir.

Estamos nos esquecendo de que são seres humanos, que foram produtivos até ontem.

Foram jovens, amaram, tiveram sonhos, criaram filhos, educaram e os entregaram ao mundo. A sociedade de hoje também é produto dos seus esforços.

E não é simplesmente por estarem em idade avançada que deixam de ter sonhos, de acalentar esperanças.

Somos nós mesmos, pelas nossas atitudes, que lhes incutimos a crença de que somente devem aguardar a morte, que já fizeram tudo o que podiam.

Dia desses, ouvimos de uma senhora que os idosos precisam de quietude e repouso, que não podem sair da rotina para não ficarem atrapalhados, confusos.

Que eles necessitam estar sozinhos, que a presença das crianças, com suas perguntas e brincadeiras, os prejudica.

Mas colocando-nos no lugar deles, será que almejaríamos ficar assim, em um quarto a sós, sem quem nos falasse, incentivasse, visitasse?

Será que o fato de envelhecermos faz com que o coração esqueça os afetos e desejemos a solidão?

Por isso é que os que entram na velhice e avançam no tempo, vivem de recordações. Nós não lhes alimentamos as horas com novas e felizes lembranças.

Por que não permitir que as crianças lhes façam companhia, brinquem com eles, os agradem?

Propiciemos ao idoso a convivência com a alegria, a música, a vivacidade dos pequenos, suas mil peripécias, enquanto ministramos às crianças a lição do afeto.

Afinal, se chegarmos à idade dos nossos avós, como gostaríamos de ser tratados? Desejaríamos ser isolados do restante da família, simplesmente porque já não seguramos com tanta firmeza o talher, ou derramamos o alimento?

Lembremos de como nos trataram nossos pais, quando éramos criança. Jamais fomos isolados num canto da casa, pelo simples fato de não sabermos sustentar a colher ou nos lambuzarmos, no aprendizado de levar o alimento à boca.

Se rodeamos a infância de cuidados e atenções, não nos esqueçamos dos nossos idosos, que envelheceram no labor e com seu suor nos forneceram bases para o que hoje somos.

Não afirmemos simplesmente: idoso é assim mesmo. Porque cada um deles é um ser único, com sua individualidade, sua gama de sonhos e carências.

Ornemos a vida dos nossos queridos velhos com nossa presença amiga, alegre, otimista. Afinal, se não morrermos antes, também chegaremos lá.

*   *   *

Ante os que nos precederam nos anos e galgaram mais cedo os degraus da idade, tenhamos paciência.

Ofertemos-lhes o carinho e os amparemos, em suas necessidades.

Redação do Momento Espírita
Em 6.1.2024.

 

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