Momento Espírita
Curitiba, 25 de Novembro de 2024
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Enquanto a contemplo a dormir o sono tranquilo dos dias verdes da infância, me ponho a pensar.

Qual a missão que a trouxe à Terra, outra vez? Que laços tão fortes nos unem? De que era nos conhecemos?

E, enquanto me perco em conjecturas, também cogito que, provavelmente, não estarei fisicamente ao seu lado, na madurez dos seus anos.

Em verdade, não sei até quando gozarei da ventura de lhe colher os sorrisos, de a estreitar ao peito, ouvindo o ritmo do seu coração bater em compasso com o meu.

Você é ainda tão criança e traz no brilho dos olhos os raios da esperança. Olha o mundo como quem descobre venturas a cada dia.

E eu penso... se você conseguirá atingir os objetivos para os quais renasceu desta feita.

E desejo... Desejo que você seja feliz, mesmo que a adversidade lhe venha fazer companhia.

Que você seja suficientemente capaz de driblar as tristezas, tingindo-as com as cores da certeza de quem sabe que tudo é passageiro na Terra.

Tudo passa. Passa a dor, passa a tristeza, passa a alegria.

Então, desejo também que as alegrias que lhe coroarem os dias sejam muito bem aproveitadas por você.

Que você as usufrua em totalidade e que saiba guardar, nos escaninhos da alma, as recordações felizes.

Elas lhe serão alento nos dias cinzentos e vazios.

Que você saiba aproveitar todas as oportunidades de progresso: a escola, o lar, a família que a ama e a estimula a avançar sempre.

Que você nunca esqueça de que foi o amor que a trouxe de volta à Terra.

O amor de seus pais que a conceberam. O amor do Pai Supremo que sancionou a possibilidade de sua nova entrada na carne.

Eu desejo que você saiba administrar o tempo e não perca a chance de se extasiar com a música. A sinfonia natural dos pássaros na aurora de cada dia.

O cântico das águas abundantes, lançando-se de alturas, em grandes quedas. O murmúrio dos riachos entre a folhagem, o cicio das fontes generosas.

A música extraordinária das tantas orquestras que repletam de sons esse maravilhoso mundo de Deus.

Que você ouça a música da atualidade, dos grupos jovens, as canções do seu país e da música sem fronteiras.

Que você saiba se emocionar ao ver tremular ao vento a bandeira nacional. Que você vibre intensamente com cada nota do hino pátrio.

E que o saiba cantar, não somente nos versos que o compõem, mas em cada gesto seu, contribuindo para a grandeza do torrão que a acolhe.

Eu desejo que você alcance vitórias. Não necessariamente no mundo, mas, dentro de si mesma, colecionando louros a cada dia.

E, finalmente, quando vencerem os dias de sua estada na Terra, que você parta serena, tendo semeado bênçãos em outras tantas vidas.

Tendo cumprido todas as etapas de sua jornada com honra.

E eu... Eu a estarei esperando do outro lado, igualmente em pé, feliz por ter contribuído com sua educação.

E por ter alimentado a sua vida com todo o meu amor.

Redação do Momento Espírita, em
homenagem a Nadine Helena Marcon.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 14, ed. FEP.
Em 18.1.2020.

 

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