Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Necessária esperança
 

Você se considera alguém esperançoso?

Você acha importante ter esperança na vida?

Em que você tem esperança?

Curiosamente, alguns pensadores consideram-na uma ameaça.

André Comte Sponville, filósofo moderno, afirma que a esperança deseja e teme um futuro que ainda não é, que talvez nunca seja, mas que a tortura com sua ausência.

Para ele, nessa esperança que dizemos cultivar, há ainda muita incerteza e angústia, pois não se sabe realmente se aquilo vai ou não acontecer, se vamos ou não conseguir alcançar o que intentamos.

É como se nos auto-enganássemos, querendo revestir de um sentimento de prazer, de alegria, um esperar que, no fundo, é totalmente incerto.

Nietzsche é categórico, nesse sentido, dizendo que a esperança prolonga o sofrimento, por isso seria o pior dos males.

Desconsiderando a dose extra de pessimismo nas palavras do filósofo alemão, verificaremos que há muita verdade em seu dizer.

Se colocarmos sob observação o que entendemos por esperança, e a forma com que muitos ainda a cultivamos no mundo, veremos que todos estão certos em combatê-la.

A esperança vulgar, do simples esperar comodista, estático, engessado, quase sempre é grande mal para o Espírito nas vias do progresso.

Quantos dizem: Tenho esperança de conseguir uma vida melhor!... Mas não movem um dedo sequer na direção desse sonho.

Quantos afirmam, suspirando: Tenho esperança de que o mundo vai tomar jeito... Mas não são capazes de enxergar que está na sua modificação íntima o tal jeito do mundo.

Quantos têm esperança de conseguir isto ou aquilo, mas não entendem que precisam fazer por merecer tais conquistas.

Ter esperança não é esperar, simplesmente, pois a esperança verdadeira é virtude, é perfeição da alma.

Por ser virtude, é força ativa, atuante, e não desejo vago paralisante.

Na verdadeira esperança não há insegurança, e sim, apenas a confiança plena de que tudo acabará bem, independente do que for acontecer.

Essa segurança é dada pela confiança nas Leis Divinas, perfeitas, que regem o Universo de forma magnificamente precisa.

Na verdadeira esperança não há a angústia da expectativa. Ela é substituída pela alegria, pela tranqüilidade de quem espera com confiança.

*   *   *

Quando o indivíduo se encontra na encruzilhada de decisões importantes, é a esperança que o estimula à seleção do caminho a seguir.

Quando os céus se apresentam borrascosos e ameaçadores, é a esperança que anuncia a claridade vitoriosa que logo mais chegará.

Quando as dificuldades aturdem e as perspectivas de êxito fazem-se mais remotas ou impossíveis, é a esperança que propõe novos tentames, a fim de que tudo se modifique.

Quando a morte domina, arrebatando os seres queridos da convivência física e deixando uma lacuna quase impreenchível, é a esperança do reencontro que alenta no prosseguimento da marcha.

Redação do Momento Espírita com citações do cap. Gratidão, do livro
Pequeno tratado das grandes virtudes, de André Comte Sponville,
ed. Martins Fontes e do cap. 25 do livro Diretrizes para o êxito,
de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Angelis,
ed. Leal.
Em 06.11.2008.

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