Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Infância espiritual

        É muito famosa a passagem evangélica na qual Jesus afirma: Deixai que venham a  Mim as criancinhas.

        O Mestre divino aproveitava as menores ocorrências da vida para ministrar sublimes lições.

        A primeira idéia que se extrai da passagem refere-se à imagem de pureza que as crianças apresentam.

        Sendo todas elas Espíritos que já encarnaram inúmeras vezes, algumas são mais bondosas e puras do que outras.

        Mas a candura é inerente à infância, a fim de inspirar nos adultos os cuidados necessários ao atendimento de sua fragilidade.

        Justamente desse aspecto de fragilidade surge uma importante lição das palavras do Cristo.

        As crianças necessitam de orientação e cuidados.

        Elas são frágeis e impressionáveis.

        Quem convive com crianças necessita de uma certa dose de abnegação, a fim de gastar o tempo necessário ensinando-as e amparando-as em suas dificuldades.

        Ocorre que a fragilidade material que caracteriza a infância é bastante breve.

        Há outro gênero de fragilidade bem mais duradoura e penosa.

        Trata-se da infância espiritual das criaturas.

        Os Espíritos que habitam o planeta Terra não se encontram todos no mesmo nível evolutivo.

        Muitos deles já compreendem seus deveres essenciais em face da vida.

        Sabem que é impossível construir a própria felicidade sobre a desgraça alheia.

        Entendem que não há felicidade sem paz e nem paz sem consciência tranqüila.

        Assim, jamais se permitem fazer o mal ao próximo.

        Quem já internalizou o respeito à lei divina atingiu a maturidade espiritual.

        Entretanto, uma parcela muito substancial dos Espíritos vinculados à Terra permanece infantil, sob esse aspecto.

        Eles apresentam no mundo, muitas vezes, uma imagem odiosa.

        Não importa a posição social que ocupem, sua fragilidade moral sempre se evidencia.

        Onde quer que estejam, buscam levar vantagem, às custas dos outros.

        Se poderosos e sofisticados, envolvem-se em vergonhosas negociatas.

        Se pobres, também lesam o próximo, embora em menor grau.

        Embora suscitem muita antipatia, na verdade são lamentáveis, em sua inconsistente moral.

        Seus atos apartados da ética lhes preparam dias de dor e decepção.

        Afinal, a Lei Divina é perfeita e ninguém jamais a consegue burlar.

*   *   *

        A respeito desses irmãos infantilizados, convém refletir sobre a mensagem de Jesus.

        Não é digno do cristão o desejo de exterminar quem segue na retaguarda.

        Todos somos ovelhas do rebanho do Cristo e nenhum de nós se perderá.

        É preciso corrigir esses irmãos e deter os seus atos, inclusive para que não se atolem em seus desatinos.

        Mas nunca devemos odiá-los ou abandoná-los.

        Ainda mais do que as crianças, eles necessitam de orientação.

        Pensemos nisso.


Redação do Momento Espírita.
Em 30.09.2008.

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