Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Nossos pressentimentos

No jardim, na camaradagem do silêncio, Tammy pensava. Como eram diferentes os dias de agora.

Diferentes porque seu amado não estava com ela. Rustom, com sua risada franca, sua confiança ilimitada.

Rustom que era capaz de entrar em qualquer lugar e, em poucos minutos, se pôr imediatamente à vontade, deixando as pessoas ao seu redor também à vontade.

Rustom, seu amado marido, que era capaz de fazer rir à sua nora, ao seu filho.

As folhas das árvores farfalharam, trazendo mais lembranças para Tammy.

Ano anterior. Seu marido e o filho na piscina do hotel. Ambos com água pelos joelhos, brincavam.

E Rustom gritou para a esposa e a nora:

Vocês sabem o que estamos fazendo? Estamos criando lembranças para o futuro.

Uma coisa alegre para vocês recordarem, quando os velhos já não estivermos por perto.

O filho puxara a cabeça do pai para perto de si, apertando-a contra o peito e argumentara que, rijo como era seu pai, com certeza ele sobreviveria a todos eles.

Rustom respondera com um sorriso e versos do poeta Omar Khayyam: Quando a hora chega, chega. Move-se a mão que escreve e, tendo escrito, segue adiante.

Tammy agora pensava se o marido tivera uma intuição de que ia morrer.

E lembrava dos dias seguintes, de ternuras redobradas, atenções multiplicadas, sorrisos explodindo a toda hora.

Seu marido estava lhe ofertando momentos de alegria para recordar depois, quando a saudade vibrasse forte?

Fora um choque ter a notícia de que aquele coração generoso parara de bater.

Sístoles, diástoles, tudo cessara. A bomba cardíaca deixara de operar e logo a morte enrijecia aquele corpo, cuja ausência ela sentia tanto.

Será, continuava a pensar Tammy, será que podemos saber o momento de nossa morte?

*   *   *

Ninguém avança pela estrada do progresso espiritual sem o auxílio da Divindade, por intermédio dos nobres Espíritos que se transformam em guias da Humanidade.

São eles que assessoram os homens, zelando por eles, na qualidade de anjos guardiães.

São essas almas excelsas que, conhecendo as ocorrências que, de forma geral, estão delineadas para os seus pupilos vivenciarem, os inspiram ou guiam pela senda mais apropriada.

Através dessa inspiração é que acontece o chamado pressentimento.

Também acontece que o próprio Espírito reencarnado recorda, de forma espontânea, da programação que para si traçou, antes de reencarnar.

Dessa forma, pode ter, como intuição, a advertência de que seus dias na Terra estão finalizando.

Por isso, idealiza passeios, diligencia providências que evitarão transtornos para sua família, torna-se mais alegre ou mais introspectivo.

Em uma palavra, ele se vai despedindo da vida, deixando um rastro de bondade, de alegria para que os seus amores tenham recordações positivas para alimentar a imensa saudade dos dias da sua ausência.

*   *   *

Fiquemos atentos aos pressentimentos, analisando-os de forma clara e tranquila, quando ocorram.

Avaliemos qual a mensagem de advertência ou socorro de que se fazem portadores.

Apuremos nossa sintonia com os Espíritos guias, a fim de que com maior facilidade possamos registrar e direcionar de forma saudável e proveitosa os pressentimentos.

 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1 do livro A doçura do mundo,
de Thrity Umrigar, ed. Nova Fronteira e no cap. 13 do livro Lições para a felicidade,
pelo Espírito Joanna de Angelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 13.1.2020,

 

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