Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Independência para nossos filhos

Xinran é uma chinesa, nascida em Pequim. É escritora e jornalista, mas foi como apresentadora de um programa de rádio, na China, que colheu histórias muito interessantes do seu povo.

Em 1997 ela se mudou para Londres. A partir de então, todos os outonos ela recebe ligações telefônicas de seu país.

São pais cujos filhos vêm estudar nas Universidades do Reino Unido e da Europa e que lhe pedem para que ela os cuide.

Xinran responde a todas as questões e se propõe a ajudá-los, na nova vida que enfrentarão.

Contudo, ela precisa impor limites. Porque algumas mães lhe pedem que vá cozinhar para seu filho todos os dias. Que ela o cuide da mesma forma que a mãe o faria.

Os exageros são muitos, diz a jornalista.

E conta o caso do jovem que veio a Londres para estudar em uma Universidade.

Logo depois que ele chegou à capital inglesa, a escritora recebeu um telefonema da mãe do rapaz:

Não me importa o que você acha que é bom para seu filho. Mas, neste momento, meu filho precisa de sua ajuda para desfazer as malas.

E lá se foi Xinran ajudar o rapaz. Quando ele abriu uma das duas malas gigantescas que trouxera, tirou páginas de instruções sobre como pendurar roupas, como fazer a cama, o que pôr na gaveta das roupas íntimas.

Olhando aquilo, Xinran perguntou ao jovem:

Como você se virou quando estava na Universidade na China?

A resposta dele a desconcertou:

Minha mãe vinha ao meu dormitório todas as semanas.

*   *   *

Se queremos que nossos filhos cresçam e desfrutem  de suas próprias vidas, temos de liberá-los um pouco.

O melhor a fazer é ajudá-los a ser independentes, o mais cedo possível.

Eles não podem viver embaixo das asas da mãe a vida inteira.

Por isso, pequenas tarefas no lar, desde a tenra idade são importantes: dobrar a roupa, guardá-la no armário, pendurá-la nos cabides.

Retirar a louça da mesa, passar a vassoura, limpar a calçada.

Nas compras, permitir ao filho algumas escolhas, a fim de que ele aprenda o que significa decidir-se.

Permitir-lhe realizar pagamentos em supermercados, lojas, shoppings, planejar o que fará com a sua mesada, escolher a roupa que usará para ir ao cinema, sair com os amigos, ir ao templo.

Torná-lo responsável e participativo nas questões familiares, delegando-lhe o cuidado de irmãos menores, no auxílio a atravessar uma rua, conduzir à escola.

Pensemos que nosso filho vai viver no mundo e que o precisamos preparar para isso.

Se viermos a faltar ao seu lado, se ele for viver longe de nós, necessitará estar pronto.

Exercitemo-lo, portanto, a cada dia, enquanto estamos com ele.

Ele, como nós, nasceu para progredir, para crescer. Se lhe fizermos todas as tarefas e o superprotegermos, ele se tornará um incapaz, um inútil.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita com base no cap. Meus amigos na China...,
do livro O que os  chineses não comem, de Xinran, ed. Companhia das Letras.
Em 16.1.2020.

 

 

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