Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Febre da moda

Toda época tem sua moda. E não somente no que diz respeito a roupas e calçados. Igualmente na música, o corte de cabelo, as festas. A própria gíria tem sua época e faz moda. Os brinquedos também.

As bonecas imitam, para deleite das meninas, as modelos famosas, artistas da TV, misses, reproduzindo-lhes inclusive os guarda-roupas. Do vestido de gala ao traje esporte e de lazer.

Lembramos que, há alguns anos, uma verdadeira febre tomou conta das crianças, com o lançamento de um bichinho virtual, o Tamagotchi.

Tratava-se de um pequeno ovo de cristal líquido, que continha um pseudo-animalzinho que, para viver, dependia de constantes cuidados.

A criança que o tivesse precisava providenciar, de forma sistemática, alimentação, banho, carinho.

Se não atendesse, no tempo exigido, corria o risco de morrer.

Houve preocupação por parte dos psicólogos no sentido de que se o pequeno não soubesse lidar com as necessidades do animal, ele morreria muitas vezes.

As angústias e frustrações relatadas, à época, foram muitas.

Algumas crianças temiam que, enquanto estivessem na escola, o bichinho morresse, por falta de seus cuidados.

Ou então, criavam problemas, distraindo-se, totalmente, das lições escolares, para atendê-lo.

Se a questão fosse ensinar responsabilidade, o tal brinquedo criou inúmeras angústias e frustrações.

Com uma agravante ainda. A morte passava a ser uma brincadeira, pois o bichinho podia retornar à vida com a dispensa de cuidados devidos, ou a simples troca de baterias.

Para um garotinho, surpreendido pela morte de um familiar, um amiguinho, bem poderia passar pela mente que ele poderia voltar à vida física, com alguma ação mágica.

Tudo num mundo de irrealidade.

Aquela febre passou. Mas, sabemos que sempre novas aparecem, inundando o mercado, enchendo os olhos das crianças. E exigindo investimento dos pais.

Importante que analisemos o que a moda oferece, simplesmente como uma forma de consumo.

Brinquedos fazem parte da infância. Contudo, analisemos a mensagem que trazem.

Somente aparência, ostentação, imitação da vida? Até que ponto isso é positivo?

Se pretendemos que a criança adquira responsabilidade, desenvolva sua afetividade, pensemos em um animalzinho de verdade.

Não advogamos o uso de gaiolas para prender nossos amigos alados.

Contudo, bem podemos incentivar nosso filho a depositar, todos os dias, migalhas de pão para os pássaros que vêm cantar em nossas janelas.

Dispor uma tigela com água fresca e limpa, no jardim da casa, para os pardais e sabiás que enchem de sons os ares do dia.

A adoção de um cãozinho, quem sabe, pelo qual ele ficará responsável pelo alimento, a água, a higiene.

No momento em que os movimentos ecológicos batalham pela vida das espécies animais em extinção, busquemos insuflar em nossos filhos o valor real de uma vida.

Seja de um gato, um cão, um pássaro. Recordar-lhes que a bondade de Deus a todos criou. E se colocou os animais como serviçais do homem, também confiou a esse o dever de os proteger e amar.

Ensinemos esta lição aos nossos pequenos. Toda vida é preciosa e merece respeito.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo
 
Barrados na escola, publicado na Revista Isto é, nº 1459.
Em 11.11.2023.

 

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