Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Tirania da beleza

        Existem situações muito tristes acontecendo em nossa sociedade, que não aparecem nas manchetes.

        É a triste realidade que vivem nossos jovens e adolescentes, com relação à apologia da beleza, que deve ser cultivada a qualquer custo.

        Os meios de comunicação que, na disputa pelos primeiros lugares do Ibope, não mostram as tragédias que assolam as almas frágeis das nossas crianças.

        A anorexia é um desses problemas, que cada vez mais se alastra fazendo vítimas.

        Crianças e jovens que se recusam a comer, a ingerir qualquer líquido, porque se acham demasiadamente gordos, embora estejam só pele e ossos.

        Adolescentes que mutilam o corpo, ainda em formação, com cirurgias plásticas, silicone, remédios para emagrecer, mesmo que isso lhes custe a própria vida.

        Jovens que não se conformam por não estar dentro dos padrões de beleza estabelecidos pelas mídias, e entram em depressão, apatia profunda, chegando a abandonar a vida pelas portas do suicídio.

        Até quando suportaremos essa tirania da beleza?

        Até quando permitiremos que nossos filhos e filhas sejam vítimas dessa insanidade generalizada que se abate sobre a sociedade, impondo sofrimento e dor?

        Até quando consentiremos que os valores sejam invertidos de tal forma que a vida passe a valer menos que a aparência física?

        Desde quando a roupa vale mais do que quem a veste?

        Desde quando o corpo vale mais do que o ser que o habita?

        É imperioso parar um pouco para analisar os valores da vida, e evitar que nossos jovens e crianças se percam nessa armadilha nefasta que é a ditadura da aparência.

        As mídias não mostram o sofrimento de pais que dariam tudo para que seu filho ingerisse um pedaço de pão, um copo de água, para continuar respirando...

        Isso tudo acontece porque se convencionou estabelecer as medidas que um corpo precisa ter, o tipo de cabelo que se deve ter, a estatura ideal.

        Meu Deus! O corpo é o instrumento da alma, e não deve valer mais que a própria alma!

        A beleza do corpo está justamente no serviço que presta ao Espírito, para seu aperfeiçoamento intelecto-moral.

        Quantos pais se dedicam, integralmente, ano após ano, a cuidar de filhos cujo corpo é deformado, e encontram nessa tarefa sua razão de viver.

        Sabem que a beleza que deve ser cultivada é a do ser imortal, que sobreviverá ao corpo, que continuará seu aperfeiçoamento pela eternidade afora.

        É preciso pensar nisso, com a urgência que o assunto requer.

        É imperioso que mães e pais não torturem seus filhos com a idéia de que devam ser modelos de beleza física.

        Mas para isso é preciso que esses pais também se dêem conta de que a aparência física não é o fator mais importante na vida.

        O corpo, por mais belo que seja, um dia será pó.

        A alma que o habita o abandonará, mais cedo ou mais tarde, mas não sairá da vida.

        É justo que eduquemos nossas crianças para uma alimentação saudável, por questões de saúde.

        É natural que queiramos nossos filhos bem dispostos, exercitando o corpo para garantir seu bem-estar.

        O que precisamos deter é essa tirania da beleza exterior, que não leva em conta a verdadeira beleza que é a do Espírito.

        Pensemos nisso com carinho, e libertemos nossas crianças desses grilhões que a ilusão da beleza padronizada pelas conveniências lhes impõem.

Redação do Momento Espírita.
Em 09.04.2008.

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