Momento Espírita
Curitiba, 25 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Uma vitória real

O hábito de sonhar é inerente ao ser humano.

Todo homem sempre possui algum projeto a realizar.

Nas várias fases da vida, os sonhos se sucedem.

A cada vitória, surge um novo projeto.

É bom que seja assim, pois a esperança de um futuro melhor dá colorido à vida.

Todos os sonhos ligam-se ao desejo humano pela felicidade.

É na busca do bem-estar e da plenitude que o homem aprimora-se.

Sem sonhos e metas para alcançar, o espírito humano fenece.

­Entretanto, é preciso reconhecer que a finalidade da vida não se cinge a aspectos materiais.

Basta um lançar de olhos pela existência humana para constatar a sua transitoriedade.

Tudo o que se vincula à matéria é passageiro.

Por maior que seja a beleza física de alguém, ela passa.

A mais vigorosa saúde gradualmente periclita.

A fortuna é caprichosa e troca de mãos com frequência.

Ninguém consegue levar sua riqueza ao desencarnar.

As posições de prestígio perdem importância ou passam a ser desempenhadas por outros.

Nada garante que os familiares e amores de alguém ficarão ao seu lado até o final da vida.

As pessoas mudam de cidade, trocam de emprego, descobrem novas afinidades e interesses.

Ademais, inevitavelmente alguém morre primeiro.

Enfim, há sempre um certo destroçar e despedaçar envolvendo a vida na Terra.

Essa realidade não constitui crueldade da natureza.

Trata-se antes de um lembrete ao homem de que ele está aqui, mas não é daqui.

É bom e útil que se ocupe com o mundo que o rodeia, que faça o possível para viver bem.

Mas não pode colocar todas as suas expectativas em algo transitório, sob pena de cruéis decepções.

Quem reflete facilmente conclui que a felicidade plena não é possível na Terra.

Aqui sempre haverá um elemento de instabilidade, a causar aflição.

Contudo, o desejo da felicidade é inerente ao homem.

Importa, pois, descobrir metas cujo alcançar de fato conduza à plenitude do ser.

Essas metas nada podem conter de instável e incerto.

Consequentemente, não podem se vincular a questões transitórias.

Tendo em vista que todo homem cedo ou tarde morrerá, é preciso descobrir quais tesouros ele poderá levar consigo.

Por certo, não serão riquezas, títulos, posições e honrarias.

O Espiritismo ensina que os Espíritos encarnam e reencarnam infinitas vezes, com o propósito de se aperfeiçoarem.

Ao final do processo, todos serão plenos de amor e sabedoria.

Coerentemente, uma meta realmente importante, em termos de vida imperecível, liga-se ao alcance desse propósito maior.

Todas as outras vitórias, grandes ou pequenas, são passageiras.

O homem consciente de sua destinação superior compromete-se com o burilamento do próprio caráter.

Ao falar sobre o amor ao próximo, Jesus indicou o caminho.

É preciso fazer ao semelhante o que se deseja que ele nos faça.

Alguém egoísta não consegue tratar o próximo como gostaria de ser tratado por ele.

Afinal, sempre se considera mais importante do que os outros.

Assim, uma meta digna de ser buscada reside na eliminação do próprio egoísmo.

A sua conquista pressupõe aproveitar todos os embates do viver para desenvolver a solidariedade e a compaixão.

O aprendizado dessa lição constitui uma real e importante vitória na jornada espiritual.

Ela liberta o Espírito das dolorosas injunções materiais e o candidata a experiências sublimes.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 7, ed. FEP.
Em 26.6.2023.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998