Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Progresso
 

Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, propôs a seguinte questão aos Espíritos:

Bastante grande é a perversidade do homem. Não parece que pelo menos do ponto de vista moral, ele, em vez de avançar, caminha aos recuos?

Os benfeitores da Humanidade responderam claramente:

Enganas-te. Observa bem o conjunto e verás que o homem se adianta, pois melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos.

Faz-se mister que o mal chegue ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas.

Muitas pessoas comentam que a Humanidade realmente parece estar caminhando para o abismo a passos largos.

No entanto, se fizermos uma análise dos fatos, perceberemos que os Benfeitores estão com a razão.

Basta que prestemos atenção nas conquistas intelecto-morais que se efetuaram há apenas alguns séculos.

Em tempos mais remotos não tínhamos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, nem a Organização das Nações Unidas.

Não havia tantas associações de amparo aos financeiramente menos favorecidos.

Hoje temos a UNICEF, a UNESCO. Temos também várias instituições filantrópicas sem fins lucrativos. Temos a Cruz Vermelha.

Antigamente tínhamos os vales da imundície, onde eram jogados os leprosos riscando seus nomes do livro da vida.

Hoje, temos hospitais confortáveis para atender aos irmãos portadores de hanseníase e outras enfermidades dermatológicas.

Antes, os mais fracos eram mantidos na mendicância. Hoje, existem institutos de socorro e previdência.

Em tempos remotos, crianças portadoras de deficiências físicas eram sumariamente eliminadas. Hoje, pessoas abnegadas, em clínicas especializadas, lutam por encurtar a distância entre o deficiente e o mundo que o rodeia.

Os séculos se dobram e caem os muros que separavam as nações. Os anos passam e varrem da face da Terra as cortinas ditas de ferro.

E as grandes potências depõem suas armas e curvam-se diante do apelo de paz proposto pelo Mundo inteiro.

Várias nações já baniram da sua legislação a pena de morte. E aquelas que a mantêm, já não a praticam de forma tão cruel como outrora.

Até nisso podemos perceber o progresso.

O duelo foi quase totalmente banido da face da Terra.

Os séculos de escuridão da Idade Média cederam lugar à luz meridiana do progresso, que não pode ser detido por ser uma Lei Divina.

Os cristãos já não têm que enfrentar as feras sob o aplauso do povo.

Até mesmo nos esportes podemos vislumbrar as marcas do progresso, desde que hoje não existem mais os circos, onde os gladiadores se enfrentavam até a morte, para deleite dos expectadores.

Esses e outros tantos fatos nos levam a deduzir que realmente muito já foi reformado, conquanto muito se tenha ainda que reformar.

Mas dizer que não houve progresso, é, no mínimo, falta de bom senso.

*   *   *

O caminho do progresso é cimentado com o suor dos trabalhadores leais do supremo bem, que descobrem no próprio sacrifício e no heroísmo silencioso e anônimo a glória da libertação espiritual.

 

Redação do Momento Espírita, com base no verbete Libertação, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed.Feb e no item 784 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 7.2.2012.

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998